Náutica Press - Semana de 6 a 13 de Abril de 2005

Spi Ouest 2005

Uma Presença Portuguesa


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A edição de 2005 da Spi Ouest contou, mais uma vez, com a presença de uma tripulação portuguesa da Terra Incógnita.

Entre os dias 24 e 28 de Março de 2005, na costa atlântica francesa, em Trinite Sur Mer, realizou-se a 27 edição da Spi Ouest que contou com um total de 518 embarcações.

Como em anteriores edições este evento teve um enorme impacto local e mundial, sendo acompanhado pelos principais meios da Comunicação Social mundiais da vela e do público em geral.



A Terra Incógnita participou com uma equipa de 6 elementos de alunos da escola de vela Terra Incógnita e tendo como skipper Bernardo Queiroz. Segundo o responsável pela equipa: " Faltou algum treino de conjunto à tripulação mas, o objectivo traçado em Lisboa de ficar a meio da tabela foi atingido abrindo, desta forma, as "portas" para uma futura participação.

São poucos os momentos do ano em que numa competição disputamos as regatas ao mais alto nível e com grande intensidade mas, depois estamos numa amena e aberta confraternização com tripulantes de classe mundial e amadores regionais. Na Spi-Ouest foi possível jantar e confraternizar com Jean-Luc Van den Heed (detentor do recorde de circum-navegação no sentido contrário aos ventos e correntes dominantes), dar reboque a toda a equipa de Luc Peyron e conversar com Vincent Riou (Vencedor da Vendée Globe).
No primeiro dia tivemos muitas dificuldades em compreender o efeito das marés no campo de regatas, visto que na baía de Trinite desembocam 3 bacias e com a forte amplitude de marés e o respectivo desfasamento das mesmas. Face às correntes produzidas, só os velejadores que conheciam o campo de regatas conseguiram tirar melhor partido das decisões tácticas.


Este problema afectava de tal maneira as escolhas tácticas que a ATR acabou por disponibilizar um memorando de 5 páginas com quadros de correntes actualizados de hora em hora.

No primeiro dia realizaram-se 3 regatas, as condições meteorológicas estiveram muito boas, mas só na 3ª regata é que conseguimos um resultado que nos satisfizesse. No segundo dia o nevoeiro e a falta de vento levaram a que não houvessem regatas. No terceiro dia só houve lugar a uma regata em que nos classificámos num excelente 9º, no último dia e apesar de boas largadas e escolhas tácticas que se revelaram acertadas, tivemos alguns problemas com manobras e uma penalização numa bóia levou a que perdêssemos uma série de lugares.

Sobre a organização apenas um comentário a fazer - Irrepreensíveis!"

Ainda a caminho de Portugal, a equipa já falava do regresso a Trinité-Sur-Mer em 2006 para disputar nova edição da Spi Ouest.

O testemunho de alguns tripulantes
Segundo Ana Lúcia Silva, "recebi o convite do Bernardo Queiroz para fazer parte da tripulação que estaria a representar a Terra Incógnita na Spi-Ouest, competindo em monótipia em Grand Surprise e não havia como recusar.

Afinal, a Spi-Ouest é um dos maiores eventos Europeu de vela e oferece a oportunidade de competir com profissionais, permite uma aprendizagem intensiva assim como testar o nível dos conhecimentos individuais e, claro, oferece também a oportunidade de uns bons dias de convívio num ambiente descontraído. Razões de sobra para não deixar de marcar presença.

A equipa, com 7 elementos de variados níveis de conhecimento individual, exigiu um ajustamento das posições de acordo com as potencialidades individuais mas bem conseguido.

Além disso, 4 dos 7 elementos que constituíam a equipa formada nunca tinham treinado regularmente em conjunto com qualquer outro elemento da equipa, o que dificulta a agilidade e sincronização das tarefas a realizar quando em competição.

Por isso, a 16ª posição num total de 31 embarcações não constitui um resultado extraordinário, mas tendo em conta as circunstancias julgo que foi bastante satisfatório.

Tacticamente as regatas foram muito bem conseguidas e alguns lugares perdidos na tabela foram essencialmente devido a erros facilmente ultrapassados com um maior número de treinos em equipa, de forma a consolidar a sincronização e o entendimento natural dos seus membros.

Em forma de balanço, esta experiência, proporcionada pela Terra Incógnita, foi diferente, positiva e definitivamente a repetir com uma equipa de competição fixa".

Para Maria Cardoso, "participar na regra Spi Ouest France foi sem dúvida uma experiência fantástica. A simpática e acolhedora vila de La Trinite Sur Mer enche-se de velejadores vindos de todas as partes do mundo. Foi com grande emoção que conheci Jean-Luc Van den Heed, aliás a sua presença nesta regata confirma o elevado grau de preparação e experiência dos velejadores que nela participam.

Desta participação há momentos que viverão para sempre comigo: uma deles é a saída da marina das 500 embarcações - uma imensa linha de barcos que se perde no horizonte.

A bordo o ambiente foi sempre muito bom, Bernardo Queiroz é um excelente velejador, que nos ensinou imenso e soube também gerir a equipa de forma a manter-nos sempre motivados e bem dispostos. Qualquer que tivesse sido o resultado sinto que ganhei pelo simples facto de ter participado num evento como este, integrada numa fantástica equipa em que cada dia era fisicamente exigente mas muito, mesmo muito divertido".

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