FAME – 5 Países europeus uniram-se para saber o estado da biodiversidade do nosso mar
Foram recentemente apresentados os objetivos e os primeiros resultados do FAME (Future of the Atlantic Marine Environment), uma iniciativa internacional de cooperação estratégica que vai permitir conhecer o estado atual da biodiversidade marinha na costa Atlântica Europeia e as possibilidades de desenvolvimento das energias marinhas renováveis, bem como criar mecanismos de proteção deste meio marinho atlântico. O Projeto desenvolvido por parceiros de 5 países europeus, designadamente Reino Unido, Irlanda, França, Espanha e Portugal é coordenado no nosso país pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA). Estes países têm interesse, conhecimento e experiência em relação ao meio marinho, que varia e vai desde o rastreamento e monitorização de aves marinhas, passando pelo mapeamento, análise de dados, até ao envolvimento com a offshore energias renováveis e das pescas.
A fauna marinha não respeita as fronteiras dos países, por isso trabalhando em parceria, é possível salvaguardar o futuro marinho do Oceano Atlântico.
Após quase um ano e meio de trabalhos num total de 3 anos de duração foi o momento certo para o convite à comunicação social e dar a conhecer o que está a ser feito. Esta apresentação contou com um passeio a bordo do veleiro WILMA, da Associação Portuguesa Meridiano 10, parceiros da Spea para o Fame, e onde pudemos testemunhar como são obtidos alguns dos dados para o projeto, através da observação/contagens das aves marinhas que vão sendo avistadas.
Entre elas destacam-se a Gaivota-de-patas-amarelas, Cagarra, Alcatraz e Corvo-marinho.
 |
 |
Entre as ações já desenvolvidas pelos parceiros portugueses – a Spea trabalha em estreita colaboração com a Universidade do Minho- destacam-se:
. Monitorização regular das aves no mar, através de censos feitos a partir de terra, em barcos e de avião;
. Monitorização e acompanhamento da colónia de Cagarra na ilha Berlenga;
. Avaliação das possíveis interações entre a biodiversidade marinha e as energias renováveis marinhas (eólica offshore, energia das ondas, etc.);
. Realização de inquéritos a pescadores em vários portos do país e monitorizações a bordo de embarcações de pesca para avaliar as interações e possíveis capturas acidentais de aves marinhas;
. Realização de percursos nas praias para deteção de arrojamentos (aves marinhas que tenham dado à costa mortas).
O FAME é cofinanciado pelo Programa Espaço Atlântico sendo o orçamento total do projeto de 3,418 milhões de euros. Podem ser consultados mais detalhes no site do projeto http://www.fameproject.eu
|
[url=http://www.nauticapress.com/LOBODOMAR/destaques/destaques090611/destaques1/02.jpg] Joana Andrade Coordenadora do Projecto Fame |
Cagarra- Ave do Ano 2011
O Cagarro, também conhecida por Cagarra ou Pardela-de-bico-amarelo (Calonectris diomedea) é uma ave marinha identificada sobretudo pelo seu chamamento peculiar e estridente. Apenas possível de escutar nos arquipélagos dos Açores, Madeira e Berlengas. Também é possível ver esta ave de passagem ao longo da costa continental onde é considerada uma ave vulnerável e com algum declínio de espécie. Esta vulnerabilidade é provocada pela poluição marinha que advém dos combustíveis fósseis, pela captura acidental pela pesca, pela iluminação urbana, pela degradação do habitat onde nidificam, apenas algumas das ameaças que podem comprometer o seu futuro. É fiel ao seu parceiro e apenas coloca um ovo por ano o que torna difícil obter uma taxa de sucesso na sua reprodução. A Spea já identificou áreas importantes para as Aves no Mar e aguarda que seja conferido o estatuto de proteção legal.
|
 |
Sobre a:
Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves A SPEA é uma Organização Não Governamental de Ambiente que trabalha para a conservação das aves e dos seus habitats em Portugal. A SPEA faz parte da BirdLife International, uma aliança de organizações de conservação da natureza em mais de 100 países, considerada uma das autoridades mundiais no estudo das aves, dos seus habitats e nos problemas que os afetam.
www.spea.pt
