Uma lufada de ar fresco na melhoria do espaço urbano ribeirinho

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 Texto da autoria da Associação Náutica da Marina do Parque das Nações a propósito do estudo apresentado pela Roland Berger ao Conselho de Marketing do TLx10 – Plano Estratégico Turismo de Lisboa 2007-2010, no passado dia 20 de Abril. Este plano Estratégico apresenta as seguintes ideias chave:
• A promoção e desenvolvimento de três centralidades turísticas – Belém, Expo e Centro Histórico;
• A necessidade de potenciar ao máximo a relação com o rio, o qual, estabelece uma ligação natural entre as três zonas referidas. Refere-se, a este propósito, que Lisboa é das poucas cidades de referência junto ao mar e com um estuário de rio de grande dimensão, considerado, o maior da Europa;
• A realização de eventos nacionais que permitam aumentar a notoriedade da cidade, sobretudo, aqueles em que esteja também associada uma melhoria da qualidade do espaço urbano.
Face ao que atrás ficou referido, a Direcção da ANMPN complementa a contribuição enviada a 18 de Abril p.p., ou seja, antes das conclusões apresentadas pela Roland Berger, a Direcção da ANMPN considera que a realização em Lisboa, em Outubro de 2007, no espaço da Expo, de um grande evento internacional – WaterfrontExpo 2007, constitui uma oportunidade única para concertar um conjunto de acções que assegurem notoriedade e visibilidade à cidade de Lisboa. Na opinião da ANMPN este acontecimento, está perfeitamente alinhado com a proposta de estratégia referida, já que:
• A WaterfrontExpo 2007 decorrerá na Expo – uma das três centralidades turísticas;
• A temática associada à WaterfrontExpo 2007 está em perfeita consonância com a necessidade de promover e potenciar a ligação ao rio, face às condições de excelência únicas do estuário do Tejo que, como é sublinhado no estudo apresentado, constitui um factor de diferenciação de outras cidades de destino turístico;
• A realização em Lisboa da WaterfrontExpo 2007 só fará sentido se for realizada, de forma atempada, a reabilitação da Marina do Parque das Nações, a qual deverá constituir uma referência inequívoca ao respeito pelo meio ambiente (cumprimento dos critérios da Bandeira Azul);
• A reabilitação da MPN constituirá uma lufada de ar fresco na melhoria do espaço urbano ribeirinho, assegurando a notoriedade pretendida de uma cidade que cada vez mais pretende retornar ao rio que lhe deu a alma e a quem tanto deve. Face ao que ficou referido, são necessárias acções urgentes junto dos “stakeholders” da Marina do Parque das Nações (Sociedade MPN, Parque Expo, CML, Governo), para que o projecto de reabilitação saia definitivamente do marasmo em que se encontra há vários anos.

O “Maior Tanque de Lama da Europa”, em que ficou convertida a marina, constitui hoje uma das péssimas imagens que são passadas aos turistas visitam o local, um dos mais visitados de Portugal, prejudicando a cidade e o país. Não será decerto com este tipo de exemplos, que infelizmente proliferam nas belíssimas margens do rio Tejo, que se poderá “vender” a imagem de modernidade, de respeito pelo meio ambiente, de singularidade e excelência das ofertas que se pretendem para a toda a frente ribeirinha.

As acções efectivas de recuperação, terão de ser desencadeadas a breve prazo, através daquilo que o Professor Carmona referiu durante a campanha eleitoral – “uma solução que deve ser tão rápida quanto possível, suportada por protocolos públicos e exigindo, por isso, o consenso das várias entidades responsáveis” – os tais “stakeholders” que atrás referimos, de modo a que os resultados possam ter visibilidade até ao final do Verão de 2007, tendo em conta que a Waterfront Expo terá lugar em Outubro do referido ano. Por outro lado, dentro de três meses, os cerca de 3000 marinheiros das tripulações das embarcações da Regata dos Grandes Veleiros irão conhecer duas realidades na zona ribeirinha de Lisboa: A “centralidade de Belém” que parece continuar a ser menina dos olhos de ouro da CML, e a “centralidade da Expo” com a marina convertida no maior Tanque de Lama da Europa.

Como medida transitória destinada a amenizar tanto quanto possível o estado de abandono e desleixo da marina e dos espaços envolventes, a Direcção da ANMPN propõe mais uma vez, que o Planeamento da Obra seja afixado no local tão breve quando possível, referindo as “milestones” associadas ao projecto de reabilitação.

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