Mútua dos Pescadores, uma referência nacional

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A Mútua dos Pescadores é uma referência nacional no que diz respeito aos seguros especializados nas atividades marítimas. Face à relevância que a Mútua dos Pescadores tem no setor, quisemos saber o que pensa sobre alguns dos temas atuais ligados à Náutica de Recreio e ao Mar.

Náutica Press (NP) – Qual a atual situação da Mútua, no que diz respeito aos seguros especializados, no mercado nacional?
Mútua dos Pescadores (MP) -A Mútua dos Pescadores é a primeira e única cooperativa portuguesa de seguros, sendo especializada nas atividades marítimas, bem como no setor cooperativo e social.
Atendendo à natureza da Náutica Press, depreendemos que a pergunta se dirige mais especificamente aos seguros na área marítima.
Nesse plano, interessa frisar que os nossos principais alvos de mercado, no grande cluster do mar, são a pesca profissional, a marítimo-turística, a náutica de recreio e as comunidades ribeirinhas.
No caso da pesca, onde somos líderes de mercado desde meados dos anos oitenta, devemos muito desse êxito ao profundo conhecimento dos dirigentes e colaboradores sobre o setor. O que nos permitiu ir criando os produtos mais adequados às necessidades dos armadores e pescadores.
A título de exemplo, referimos o SEGURPESCA XXI, um combinado das coberturas de Acidentes de Trabalho, Acidentes Pessoais e Marítimo, de grande qualidade técnica, competitividade e maleabilidade.
Situação parecida acontece com a marítimo-turística, onde o nosso pacote admite agregar as coberturas de Responsabilidade Civil, Acidentes Pessoais, Assistência, Marítimo e até Mergulho, com evidentes vantagens económicas e administrativas para o cliente; aspetos que não serão estranhos ao facto da Mútua ser o segurador de 80% dos operadores deste ramo.
Na náutica de recreio Mútua também já dispõe de uma boa parcela de quota de mercado, oferecendo igualmente as respostas adequadas, em qualidade e preço, às expetativas dos navegadores.
Relativamente a outros interesses seguráveis no ambiente marinho, a nossa resposta é total, em resultado não só dos produtos que dispomos, mas também da parceria que temos com a mediadora Ponto Seguro, que nos permite completar a oferta e responder a todo o leque de necessidades.

dsc_0040NP – Como é que a Mútua analisa a relação de Portugal com os temas ligados ao Mar?
MP – Embora seguradores, mas de acordo com os princípios e valores cooperativos que norteiam a nossa atividade, não deixamos de acompanhar a situação dos profissionais, dos operadores e das comunidades marítimas, de uma forma interventiva, mas também crítica, que não dispensa, obviamente uma apreciação mais global.
E nesse aspeto, admitimos que se esteja a processar, embora lentamente, uma mudança de atitude, que passa da visão romântica e instrumental da temática do mar, para a tomada de medidas concretas, que visem aproveitar todo o potencial de desenvolvimento que o nosso extenso mar permite e sugere, mas sempre no respeito pela utilização sustentável dos recursos marinhos, a solidariedade inter-geracional e a compatibilidade de usos.

NP – Como é que a Mútua vê a evolução económica, ao longo dos últimos anos, das comunidades onde está inserida?
MP – Ao longo dos anos mais recentes, o que verificámos nas comunidades marítimas foi a degradação da economia, que atingiu igualmente os restantes setores da vida portuguesa; em resultado de radicais medidas de austeridade, que não resolveram os problemas financeiros, mas que abalaram negativamente o tecido económico e aumentaram as desigualdades.
E tal aconteceu, embora em graduações diferentes, na pesca, na aquacultura, na construção e reparação naval, na indústria portuária e ainda nas atividades lúdicas e desportivas.
Existe agora uma ligeira mudança de paradigma, embora fortemente condicionada por pressões exteriores, na qual colocamos naturais expetativas.

dsc_0120NP – O que acha a Mútua do atual Regulamento da Náutica de Recreio. É um fator de estagnação do setor?
MP – A Mútua, enquanto segurador, convive com a legislação da náutica de recreio, sobretudo na parte específica do seguro obrigatório de responsabilidade civil. E nesse plano, não temos críticas de fundo a apresentar.
Numa perspetiva mais global, seria talvez excessivo considerá-la fator de estagnação, mas comungamos da opinião generalizada das entidades do setor de que essa legislação, já com mais de dez anos, necessita de ser atualizada, visando especialmente a simplificação.
Sabemos que está em curso uma mudança e esperamos que o legislador, ouvindo e levando em atenção as sugestões das partes interessadas, não descure esse e outros aspetos.

Mutua_apoioNP – Novos projetos / produtos para um futuro breve. Existem?
MP – Vamos ter eleições para os Órgãos Sociais, em março do próximo ano, e certamente que os novos dirigentes trarão mais renovação, quer nos aspetos associativos e de governação, mas também nos planos técnico e comercial.
Mas, entretanto, estamos a desenvolver uma forte campanha de filiação de novos cooperadores e iremos, em breve, começar a preparar o exercício económico para 2017, onde se incluirão naturalmente propostas visando atualizar a abordagem dos mercados e produtos.

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