Caracterização da indústria dos cruzeiros marítimos: as décadas mais recentes

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Segundo Ward (2010), o atual conceito de cruzeiro não se alterou muito relativamente ao conceito inicial, apesar da indústria dos cruzeiros ter evoluído, expandido e incluído em pacotes de forma a facilitar o seu consumo. Segundo este autor um cruzeiro atrai atualmente passageiros de todas as idades e de todos os estatutos sócio-económicos.
Alguns itinerários apresentam para além das escalas, dias de navegação que permitem aos passageiros ter mais tempo para usufruir das várias ofertas existentes a bordo. Para Amaral (2006), os dias de navegação são os que mais beneficiam economicamente as companhias de cruzeiros, uma vez que grande parte dos seus lucros é conseguida na venda de produtos (bebidas, fotografias, etc.) a bordo e nos jogos do casino.
Ward (2010) apresenta uma série de destinos de cruzeiros marítimos: Caraíbas, Alasca, Europa e Mediterrâneo, Médio Oriente, África do Sul e Índia, Riviera Mexicana, Canal do Panamá, América do Sul, Austrália, Nova Zelândia e Oriente.
Para Edmunds e Lomine (2007), as principais regiões onde se realizam cruzeiros são as Caraíbas e o Mediterrâneo.
Os principais destinos Europeus, quer para os turistas de cruzeiros Europeus, quer para os Norte-Americanos são o Mediterrâneo e o norte da Europa (Travel & Tourism Analyst, 2007).
Foi divulgado em meados de 2012, o estudo do ECC (European Cruise Council) referente aos impactos económicos da indústria dos cruzeiros na Europa em 2011. O impacto do turismo de cruzeiros na economia da Europa, em 2011, foi de 36,7 mil milhões de euros. Relativamente a gastos diretos o valor atingiu, em 2011, 15 mil milhões de euros gastos pelas companhias de cruzeiros, passageiros e tripulação. De referir ainda que a indústria de cruzeiros criou mais de 315 mil empregos na Europa. Neste relatório o ECC apresenta também uma evolução dos impactos económicos e do número de turistas de cruzeiros na Europa, no período entre 2006 e 2011. Relativamente ao número de turistas de cruzeiros Europeus, este cresceu 77%, de 3,4 milhões, em 2006, para pouco mais de 6 milhões, em 2011. Os embarques nos Portos Europeus aumentaram em 54% entre 2006 e 2011, com 3,6 milhões, em 2006, e 5,6 milhões, em 2011. Em relação ao número de turistas de cruzeiros em trânsito na Europa aumentaram 79%, de 15,7 milhões, em 2006, para 28,1 milhões, em 2011.
Nos vinte e nove portos da Península Ibérica realizaram-se em 2010 um total de 4.371 escalas de navios de cruzeiros, o que corresponde a um crescimento de 7% em relação a 2009, quando se registaram 4.083 escalas (APL, 2011). Portugal representa uma quota de mercado de 17%, dado que das 4.371 escalas, 755 se realizaram em portos Nacionais (APL, 2011).
Passaram, em 2010, pelos portos da Península Ibérica 8.199.368 turistas de cruzeiros, o que representa um aumento de 17% face a 2009. De referir que Portugal representa no contexto da Península Ibérica uma quota de mercado de 13% – 1.066.963 turistas de cruzeiros, em 2010.
Segundo o “Relatório de atividade – tráfego de cruzeiros” (APL, 2010:05), no contexto Nacional “(…) o turismo de cruzeiros tem-se transformado num dos segmentos turísticos mais dinâmicos, revelando grande crescimento ano após ano”. Segundo este mesmo relatório estima-se que no ano de 2010 o número de turistas de cruzeiros Portugueses tenha rondado os 55 mil, quando em 2009 este número foi de 35 mil.
Se no ano de 2009 os portos Nacionais receberam mais de 900.000 turistas de cruzeiros (APL, 2010), a barreira de 1.000.000 de turistas foi ultrapassada em 2010, tendo o número de passageiros de navios de cruzeiros totalizado 1.066.963 (APL, 2011).

Margarida Rocha / Porto Cruzeiros http://portocruzeiros.blogspot.pt/

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