Tecnologia de ponta com inteligência artificial vai ajudar cientistas a monitorizar e proteger gigantes marinhos no Atlântico
No esforço contínuo para proteger as baleias de colisões letais com embarcações, a Sea.AI está a colaborar com o Irish Whale and Dolphin Group (IWDG) e a Universidade de La Laguna (ULL), no âmbito do projeto europeu Atlantic Whale Deal. Esta ambiciosa iniciativa visa salvaguardar os mamíferos marinhos e promover ecossistemas oceânicos saudáveis.
As baleias são fundamentais para a saúde dos oceanos, desempenhando um papel essencial na sequestração de carbono e na manutenção do equilíbrio ecológico marinho. No entanto, enfrentam ameaças crescentes, nomeadamente as colisões com navios em rotas marítimas movimentadas. O ATLANTIC WHALE DEAL reúne cientistas, conservacionistas e especialistas em tecnologia de toda a Europa para enfrentar este problema com soluções inovadoras de ponta.
A Sea.AI disponibilizará a sua tecnologia avançada de visão computacional com inteligência artificial, capaz de detetar e classificar objetos à superfície da água. Esta tecnologia permitirá aos cientistas do IWDG e da ULL monitorizar e rastrear as baleias à superfície, recolher dados valiosos e desenvolver soluções em tempo real para prevenir colisões com embarcações.
“A tecnologia tem o poder de proteger,” afirmou Marcus Warrelmann, CEO da Sea.AI. “Os nossos sistemas não só evitam colisões e salvam vidas humanas no mar, como também podem ajudar a preservar a vida nos oceanos. Ao disponibilizarmos a nossa tecnologia ao IWDG e à ULL, estamos a dar-lhes ferramentas para enfrentar desafios ambientais críticos com deteção e dados em tempo real.”
- ©Emilie Deloose
- ©Emilie Deloose
O Irish Whale and Dolphin Group aporta mais de 30 anos de experiência em conservação de cetáceos, liderando campanhas de campo e partilhando o seu vasto conhecimento sobre o comportamento e habitat das baleias no Atlântico.
“O IWDG monitoriza baleias e golfinhos em águas irlandesas há mais de três décadas. Trabalhar com a ULL e integrar a tecnologia de deteção visual em tempo real da SEA.AI permite-nos elevar a nossa investigação, abrindo novas possibilidades para melhorar a conservação das baleias em rotas marítimas cada vez mais movimentadas,” explicou Emilie De Loose, coordenadora do projeto no IWDG.
A Universidade de La Laguna, nas Ilhas Canárias, contribui com a sua especialização em sistemas ambientais e engenharia de design.
“Este projeto representa um avanço importante na forma como a investigação e a tecnologia se podem conjugar para responder aos desafios dos oceanos. Ao colaborar estreitamente com a SEA.AI e o IWDG, pretendemos aprofundar o conhecimento sobre o comportamento das baleias à superfície e ajudar a prevenir interações prejudiciais com a atividade humana,” afirmou Carlos Efrén Mora Luis, da Universidade de La Laguna.
O sistema de visão computacional da Sea.AI oferece uma camada adicional de proteção, ao detetar baleias à superfície e alertar os navegadores. Esta tecnologia reforçará também os esforços do projeto para mapear habitats de baleias e identificar zonas de alto risco de colisão.
Além disso, os dados recolhidos ao longo deste projeto permitirão à Sea.AI refinar ainda mais os seus algoritmos de visão computacional, tornando a tecnologia mais eficaz para a segurança marítima a nível global.
Já decorreram duas campanhas científicas bem-sucedidas, que geraram dados relevantes sobre a presença de baleias em zonas-chave do Atlântico. Ao juntar tecnologia de ponta a décadas de experiência em conservação, esta iniciativa está a produzir conhecimentos essenciais para melhorar a proteção dos cetáceos e contribuir para tornar os oceanos mais seguros — tanto para a vida marinha como para aqueles que dela dependem.