GROW: Ser o 1º é o objetivo

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A empresa Grow, distribuidor dos produtos força da marca Honda, iniciou a sua atividade no princípio de 2014. Os resultados foram positivos mas António Gaspar – principal responsável da empresa – quer mais e para isso está a preparar-se com a sua equipa para, num futuro breve, chegar à liderança do mercado nacional.

Texto e fotografia: Vasco de Melo Gonçalves

Náutica Press (NP) – Há aproximadamente 8 meses conversámos sobre o início da atividade da Grow como distribuidor dos produtos de força da marca Honda. Como decorreu este início de atividade?

António Gaspar (AG) – Na Náutica o resultado foi francamente positivo. Nos primeiros sete meses do ano mantivemos o volume de vendas de unidades, em relação a 2013 mas, aumentámos 30% na potência vendida. Ao mercado da Náutica falta dados estatísticos e, face a esta situação, não conseguimos perceber o que representa, na realidade, o mercado nacional e o que são exportações. Se olharmos para o mercado como um todo, ele está a subir de Janeiro a Julho.
À semelhança de outras marcas nós temos uma rede de concessionários muito forte e, isso é uma grande mais-valia. A Honda, ao longo dos últimos anos, tem apostado muito nesta rede de concessionários e ajudando-os a ultrapassar este período de crise económica por vezes, com perca de rentabilidade para a marca. Mas achamos que esta é forma de manter uma rede viva e ativa!
O que nós tentámos fazer ao longo destes primeiros 8 meses de atividade foi ter o produto certo com o preço certo e na altura certa para o cliente certo. Fizemos campanhas sazonais em todas as áreas e isto influenciou os nossos resultados.

NP – Os novos motores lançados em 2014 contribuíram diretamente para o crescimento verificado?
AG – Contribuiu evidentemente. Se nós olharmos para aquilo que era a quota de mercado há um ano atrás e compararmos com a de 2014 verificamos uma subida no segmento dos 80-100 Hp.
Neste setor temos os clientes do recreio e o profissional. Uma grande mais-valia que a Honda tem para o profissional é a de não fazermos distinção, ao nível da garantia, entre recreio e profissional. Com esta postura, o profissional confia no produto que vai comprar. Quando lançámos as novas unidades desenvolvemos e apresentámos, em simultâneo, um kit de redução de potência. Desta forma, os motores de 80 e 100 hp tornaram-se muito atrativos para os pescadores.
Temos tido sucesso nas duas áreas!

NP – Tem noção da quota de mercado da Honda?
AG – Neste momento temos cerca de 23% de quota de mercado e que nos coloca na segunda posição. A nossa ambição é continuar a crescer através da criação de estratégias comerciais. Como distribuidores temos a vantagem das decisões serem locais e mais rapidamente implementadas. Os locais conhecem melhor as necessidades de cada país!

NP – Como tem visto a evolução da Náutica em Portugal?
AG – Vejo-a com alguma preocupação. Acho que, hoje em dia, a Náutica é olhada como algo demasiado elitista. Quem tem barco tem que ter posses para o manter e, manter um barco em Portugal é considerado quase um luxo! Os custos inerentes a uma embarcação são elevados para um pais que apregoa ser um país de marinheiros! Ser marinheiro em Portugal é muito caro!
A legislação existente é demasiadamente castradora para quem ambiciona ter uma embarcação. Quando se vai para o mar, o que se pensa é que vamos ser autuados. O mais previsível é ser autuado porque a legislação é tão extensa, tão punitiva que, o simples facto de não ter um penso rápido a bordo pode dar origem a uma coima elevada!
Olho para o setor náutico com alguma preocupação e penso que a solução passa pelo associativismo. As marcas e os agentes económicos têm de apostar mais no associativismo para, desta forma, terem uma palavra junto das autoridades. Este modelo de negócio a continuar desta forma, não faz sentido. Têm que ser criadas normas e a legislação ser alterada de forma a incentivar as pessoas a olharem o Mar da forma como os nossos governantes apregoam! Tem de haver mais facilidades para as pessoas possuírem um barco e isto, deve ser visto pelos nossos governantes como uma fonte adicional de receitas…

NP – Revê-se na atual composição e atuação da ACAP / APICAN?
AG – Revejo-me. Existe um esforço, por parte da ACAP, em levar as coisas para a frente. A não serem conseguidos mais resultados será, porventura, pela falta de empenho e pela falta em conseguir consensos das pessoas que fazem parte deste grupo de trabalho. As marcas e as empresas têm de olhar para o projeto ACAP como algo em que têm de batalhar e abdicar de interesses próprios. Têm de agir como um grupo de trabalho.

NP – Existem já algumas novidades para 2015?
AG – Vão existir novidades em 2015. A Honda tem uma característica, para o bem e para o mal, os ciclos de desenvolvimento de produto são longos. A Honda quando coloca um produto no mercado tem que ter a garantia que esse motor “vai durar uma vida”… Posso acrescentar que a marca irá substituir alguns modelos de motores de baixa potência por modelos mais evoluídos tecnologicamente.

NP – A Grow vai continuar a ser apenas distribuidor da marca Honda?
AG – Temos o compromisso com a Honda de nunca distribuirmos marcas diretamente concorrentes.
Neste momento estamos em conversações com um fabricante australiano de embarcações semirrígidas com uma forte implantação no mercado europeu. Estão bem encaminhadas e estamos a avaliar o potencial do mercado, a evolução do mesmo e o que isso representa no volume de vendas.

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A redacção da Náutica Press prepara artigos e notícias do seu interesse, mantendo-o ao corrente do que se passa no universo da náutica de recreio e da náutica em geral, em Portugal e no Mundo.

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