O novelo do nascimento estelar

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As estrelas estão a desabrochar para a vida por toda esta imagem obtida a partir do observatório espacial Herschel da ESA. A imagem mostra a gigante nuvem molecular RCW106, uma volumosa onda de gás e poeira, a quase 12 000 anos-luz de distância, na constelação sul de Norma, a Praça do Carpinteiro.

A poeira cósmica, um ingrediente menor, porém crucial, no material interestelar que permeia a galáxia da Via Láctea, brilha intensamente nos comprimentos de onda do infravermelho. Ao traçar o brilho da poeira com a visão infravermelha do Herschel, os astrónomos podem explorar berçários estelares com grande detalhe.

Espalhadas por toda a imagem, encontram-se densas concentrações da mistura interestelar de gás e poeira onde as estrelas estão a nascer. As partes mais brilhantes, de cor azul, estão a ser aquecidas pela poderosa luz das estrelas recém-nascidas dentro delas, enquanto as regiões mais vermelhas são mais frias.

As formas delicadas visíveis por toda a imagem são o resultado da radiação e dos ventos poderosos das novas estrelas que esculpem bolhas e outras cavidades no material interestelar circunvizinho.

Fora das várias regiões azuis brilhantes, aquela que se encontra mais à esquerda é conhecida como G333.6-0.2 e é uma das porções mais luminosas do céu infravermelho. O seu brilho deve-se a um conjunto estelar, lar de pelo menos uma dúzia de estrelas jovens e muito brilhantes, que estão a aquecer o gás e poeira em torno delas.

As estruturas alongadas e finas, ou filamentos, destacam-se no emaranhado de gás e poeira, desenhando as porções mais densas dessa nuvem formadora de estrelas. É, em grande parte, ao longo destes filamentos, pontilhados com muitos núcleos brilhantes e compactos, que novas estrelas estão a tomar forma.

Lançado em 2009, o Herschel observou o céu em distâncias de infravermelho longínquas e submilimétricas, durante quase quatro anos. Explorando a Via Láctea com a sua visão infravermelha, o Herschel revelou um número enorme de estruturas filamentares, destacando a sua presença universal por toda a Galáxia e o seu papel como locais preferenciais para o nascimento estelar.

Esta imagem de três cores combina observações do Herschel a 70 mícron (azul), 160 mícron (verde) e 250 mícron (vermelho), e abrange mais de 1º no lado mais longo; o norte é para cima e o este para a esquerda. A imagem foi obtida como parte do projeto-chave Hi-GAL do Herschel, que fez o retrato de todo o plano da Via Láctea em cinco bandas diferentes de infravermelhos. Um vídeo panorâmico que compila todas as observações Hi-GAL foi publicado em abril de 2016. Fonte: ESA.

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