50 Anos de Salão Náutico Internacional de Paris

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O Salão Náutico Internacional de Paris não se fez num dia! A sua história é rica em casos e “revoluções”.
Se considerarmos que o primeiro Salão Náutico Internacional de Paris teve lugar no CNTI (Centro de Novas Tecnologias e Indústria) em Janeiro de 1962, mas não nos podemos esquecer que houve pais e avós antes do seu nascimento. Os primeiros barcos de recreio apareceram em salões do início do século no Grand Palais, integrados em mostras de automóveis! As primeiras mostras foram nas margens do Sena sendo que a indústria do recreio começou a emancipar-se da construção naval.
No início dos anos 60, surge os fundamentos da Federação das Indústrias Náutica que são acolhidos pelo CNIT e assim nasce o primeiro verdadeiro Salão Náutico Internacional de Paris. Os problemas de estrutura são grandes e tudo se passa no meio de um grande estaleiro em madeira, passadiços e gruas… Isto foi há 50 anos, já na altura existia uma boa dose de paixão por ousar criar um salão internacional com estas condições em Paris!

Cada vez maior
Desde o início que este evento é marcado pelo sucesso e crescimento: 23 000 m² em 1962, 65 000 em 1965, 80 000 em 1968, 85 000 em 1972. Em menos de dez edições, o CNIT ficou muito pequeno para acolher este evento.
Mas só em Dezembro de 1988 é que a questão da falta de espaço foi resolvida com a passagem para a zona da Porte de Versailles, que duplicou a área disponível. O salão Nautic foi crescendo gradualmente até ocupar 6 pavilhões em 2008, mais de 170 000 m². O equivalente a cerca de 25 campos de futebol!

Um público apaixonado
O público sempre foi fiel a este salão. Desde os 58 000 visitantes em 1962 aos mais de 300 000 dos anos 90, o Nautic conseguiu em cada ano atrair um número impressionante de apaixonados pela náutica. Depois de 1987, o número das entradas começou a ser certificado por uma entidade oficial e estabilizou nos 250 000 visitantes depois da emancipação do Salão das Piscinas e do SPA em 2003. Se considerarmos que existem 500 000 barcos de recreio em actividade em França, o Nautic é um verdadeiro salão de paixão.

Um ponto de encontro incontornável depois de 50 anos
Como todos os grandes encontros populares e para saudar uma indústria com performances sempre surpreendentes, os grandes deste mundo estiveram nas inaugurações do Nautic. Do General de Gaulle (1965) a Valéry Giscard d’Estaing, de François Mitterrand (1984) a Jacques Chirac ou Lionel Jospin, o Salão Náutico Internacional de Paris é um caso aparte no panorama mundial. Líder mundial no mercado dos veleiros, da prancha à vela e um dos principais produtores de barcos a motor, a indústria francesa é um verdadeiro exemplo para muitos outros sectores. O sector náutico emprega três vezes mais pessoas que a Airbus e apresenta uma balança comercial extremamente positivo.

As cinco décadas da “revolução” náutica
1960
Tabarly ganha a sua primeira transat e faz despertar os franceses para a vela e seus valores.
A chegada do poliéster possibilita a fabricação em série de barcos de recreio e a preços económicos.
O lançamento do primeiro Salão Náutico Internacional de Paris, conjugado com o feito de Tabarly deu um forte impulso à náutica em França.
A vela ligeira renova todos os planos de água (Optimist, Vaurian, 420, Caravelle…)

1970
A oferta de veleiros “explode” e toca todos os públicos. Os franceses descobrem os barcos de pesca / passeio mas também os primeiros catamarãs desportivos que proporcionam uma nova sensação.
Mas sobretudo, aparece o que se revelará um fenómeno social: a prancha à vela. A Kawasaki inventa o JetSki que não parará de evoluir. Surge uma nova geração de velejadores de regatas offshore na linha de Tabarly: Colas, Kersauson, Pajot, Riguidel, Terlain, Mailinowski…

1980
O barco a motor volta a ganhar terreno após o golpe sofrido com o primeiro choque petrolífero e começa a vender mais que os veleiros. Em 1987 o Salão Náutico muda-se para a Porte de Versailles.
Os pneumáticos, os trawlers, os runabouts, os jet skis e motos de água invadem os portos. Por outro lado, a prancha à vela atinge os 3 milhões de praticantes.
Na electrónica de apoio à navegação surge o primeiro GPS.

1990
Os motores tornam-se mais silenciosos, mais fiáveis e mais económicos o que reforça a sua utilização. A prancha à vela decai mas surge o surf tradicional a desenvolver-se na Europa. O preço dos barcos baixa e as embarcações de média dimensão continuam a subir na procura. Os barcos para viagens, catamarãs ou grande monocascos em alumínio, permitem a centenas de famílias navegar à volta do Mundo em conforto e segurança.

2000
O ambiente passa a ser uma preocupação para a maioria dos nautas: depósitos de águas negras, pinturas não tóxicas, painéis solares, infusão e injecção na construção, novos materiais e motores híbridos-eléctricos generalizam-se.
A tecnologia e a investigação tornam a navegação acessível a todos: equipamentos com cartografia, sonda e vídeo, dos molinetes eléctricos aos pilotos automáticos, navegar é acessível a todos.
A prática do Kite-surf explode e os barcos de recreio florescem…

Edição de 2010
De 4 a 12 de Dezembro das 10h à 19h.
www.salonnautiqueparis.com

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Acerca do Autor

A redacção da Náutica Press prepara artigos e notícias do seu interesse, mantendo-o ao corrente do que se passa no universo da náutica de recreio e da náutica em geral, em Portugal e no Mundo.

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