A constelação Swarm ruma ao norte

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A constelação Swarm na sala limpa do IABG / ESA/P. Sebirot, 2012
Os três satélites que compõem a missão da ESA para o estudo do campo magnético da Terra,“Swarm, foram apresentados na sexta-feira, 17 de fevereiro, à imprensa. Na sequência de um programa de testes rigorosos a que estiveram sujeitos, os satélites foram exibidos na sala limpa antes de serem enviados para a Rússia, para o seu lançamento em julho.

A Swarm é a primeira constelação de satélites da ESA destinados a medir os sinais magnéticos do núcleo da Terra, do manto, crosta, oceanos, ionosfera e magnetosfera. Estas medidas irão fornecer dados que permitirão aos cientistas estudar as complexidades do nosso campo magnético protetor.
O escudo magnético protege o planeta de partículas carregadas que fluem para a Terra, como o vento solar. Sem esta proteção, a vida na Terra seria impossível.
Este escudo é gerado sobretudo nas profundezas da Terra por um oceano de ferro em turbilhão, no núcleo líquido externo. A forma como o campo magnético é criado e como se altera ao longo do tempo é complexa e não está completamente compreendida.

O Swarm estudará o campo magnético terrestre / ESA/AOES Medialab

Esta força está em constante mudança. Neste momento, mostra sinais de enfraquecimento significativo.
Mas com uma nova geração de sensores, a constelação Swarm proporcionará um maior conhecimento sobre estes processos naturais e acerca de como está o “tempo” no espaço.
A Swarm será a quarta missão Earth Explorer da ESA em órbita, depois das missões GOCE, SMOS e CryoSat.
Daqui a cinco meses, os três satélites serão enviados em conjunto por um lançador Rockot, a partir do Cosmódromo de Plesetsk, no norte da Rússia.
Dois irão orbitar muito próximos um do outro e à mesma altitude – inicialmente a cerca de 460 km , enquanto o terceiro satélite estará numa órbita mais alta, a 530 km.

Swarm / ESA/AOES Medialab

O recurso a diferentes órbitas polares próximas, juntamente com os vários instrumentos Swarm, melhoram a recolha de dados, o que ajuda a distinguir entre os efeitos de diferentes fontes de magnetismo.
Durante a conferência de imprensa no centro IABG em Ottobrunn, Alemanha, o centro onde os três satélites terminaram um programa de testes intensivos, representantes da ESA, da indústria, da equipa de investigadores e outros especialistas da comunidade científica fizeram apresentações sobre os satélites e os objetivos científicos da missão.
Esta foi a última oportunidade para se verem os satélites antes de eles serem “embalados” e enviados para a Rússia, em maio.
Volker Liebig, o diretor dos programas de observação da Terra da ESA, disse: “A Swarm é a próxima missão no nosso Programa “Earth Observation Envelope”.

A constelação Swarm / ESA/AOES Medialab

“Esperamos que a inovadora constelação Swarm, com os seus três satélites orbitando em formação, consiga recolher os melhores dados de sempre sobre o campo magnético da Terra.”
Desde 2010, engenheiros da EADS-Astrium, o consórcio que lidera a construção dos satélites, têm vindo a testar os satélites para resistirem ao ambiente inóspito do espaço, expondo cada satélite a diferentes temperaturas, vibrações e choques.
Os satélites e os instrumentos têm as suas próprias propriedades magnéticas e, portanto, influenciam as medidas experimentais. Por isso, todos os sinais magnéticos provenientes das diferentes partes dos satélites foram contabilizados de forma a que os dados recolhidos em órbita não sejam interpretados erradamente.
Os testes foram realizados num ambiente “magneticamente limpo” do IABG, e os instrumentos dos três satélites tiveram uma boa performance.
“Este período do projeto é muito emocionante”, disse Yvon Menard, gestor na ESA do projeto Swarm.
“Obtivemos excelentes resultados nos testes e a equipa está ansiosa por verificar o desempenho da constelação em órbita, de modo a confirmar os resultados dos ensaios em terra.”

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