A sentir os Mares do Sul

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Nesta quinta-feira (14.12.17) as equipas da Volvo Ocean Race começaram a sentir a violência dos Mares do sul, o Oceano Austral, sobretudo quando lhes caíram em cima ventos de até 50 nós e têm pela frente ondas montruosas.

©Jeremie Lecaudey/Volvo Ocean Race

©Jeremie Lecaudey/Volvo Ocean Race

O sistema de baixa pressão profunda que se vem a formar nos últimos dias já engoliu as sete equipas, forçando-as a mudar para um modo de regata mais conservador.
No entanto, as velocidades dos barcos chegaram até uns incríveis 38 nós, com os Volvo Ocean 65s a serem empurrados pela frente destas enormes ondas.
O sistema de baixa pressão é vasto, estendendo-se quase 1.500 milhas náuticas da desde a ponta da África do Sul, a apenas algumas centenas de quilómetros ao norte da Antártica. Representa o maior desafio até agora no Volvo Ocean Race 2017-18, e embora a 3ª etapa que liga a Cidade do Cabo a Melbourne ainda esteja nos primeiros dias, as decisões que as equipas tomarem agora podem ter sérias consequências nos resultados finais.
Às 1300 UTC, o Dongfeng continuou a liderar a frota desde a sua posição mais a sul, apenas sete milhas acima da Zona de Exclusão de Gelo da Antártica (AIEZ), estabelecida pelo Race Control.
Dez milhas a norte, o MAPFRE continua a perseguição, com o Vestas 11th Hour Racing cerca de 50 milhas atrás deles.
As condições estão enormes“, disse o leme do Vestas 11th Hour Racing, Mark Towill, quando a equipa sentiu rajadas de 53 nós de vento durante a noite. “Nós tivemos 30 a 40 nós nas últimas 24 horas – estamos a ir disparados à popa. Estas são as condições dos Mares do sul, mas também é divertido. Sabíamos ao que vínhamos, e não demorou a encontrar
Oitenta milhas atrás do MAPFRE, a equipa do Simeon Tienpont, Akzonobel, foi forçada a abrandar depois de sofrer danos na calha que anexa a vela grande ao mastro.
O navegador Jules Salter, informou que o dano ocorreu quando navegavam com 35 nós de vento e um mar muito grande.
Durante uma cambadela de estibordo para bombordo, a calha que liga a vela maior ao mastro ficou danificada em dois lugares“, leia uma declaração da equipa. “Os tripulantes conseguiram baixar a vela grande e afastar o barco do AIEZ, e continuamos na luta usando apenas as velas da proa.
Não há relatos de ferimentos a bordo como resultado da avaria, e a tripulação está em contato com o Race Control da Volvo Ocean Race e a equipa de terra, para ver que opções de reparação estão disponíveis“.
Quase 250 milhas ao norte, o Team Sun Hung Kai / Scallywag estavam a evitar o pior do tempo, trocando de posições com o Turn the Tide on Plastic – mas mesmo não conseguiram escapar.
Por que todos nós devemos falar sobre isto?”, o skipper David Witt perguntava, meio na brincadeira. “Nós achamos que somos duros ou algo assim? Eu não entendi! Somos todos “Mares do sul, Oceano Austral”. Estou no Oceano Antártico “.
O Turn the Tide on Plastic, também não ganhou para o susto quando um alarme de “homem ao mar” soou no meio da noite, mas felizmente foi um falso alarme falso e toda a tripulação estava a bordo.

©Jen Edney/Volvo Ocean Race

©Jen Edney/Volvo Ocean Race

3ª etapa – Classificação – Quinta-feira 14 de dezembro (Dia 5) – 13:00 UTC
1 – Donfeng Race Team – distância até ao final – 4.237,5 milhas náuticas
2 – MAPFRE +8,7 milhas náuticas
3 – Vestas 11th Hour Racing +59.3
4 – Brunel +105.1
5 – AkzoNobel +121.8
6 – Turn the Tide on Plastic +153.6
7 – Sun Hung Kai / Scallywag +185.2

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