Grupo Angel Pilot a pensar no futuro

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Futuras instalações situadas no Porto de Portimão.

Futuras instalações situadas no Porto de Portimão.

O Grupo Angel Pilot é composto por um conjunto de empresas a operar na área da náutica. Tem sido no Algarve que tem desenvolvido a sua atividade ao longo de mais de duas décadas. Alessandro Balzer é o rosto do Grupo que teima em crescer e acredita no futuro da Náutica de Recreio em Portugal.

Náutica Press (NP) – O que é o Grupo Angel Pilot nos dias de hoje?

Alessandro Balzer (AB) – O Grupo Angel Pilot é composto por diversas empresas que atuam em diferentes áreas de negócio.

A Angel Pilot está vocacionada para a comercialização de motos de água, motores fora de bordo e pequenas embarcações até aos 6 a 7 metros de comprimento. Também comercializa motos de estrada e moto 4.

Em 2007 criámos a Porti Nauta com uma vocação de estaleiro e prestadora de serviços na área da manutenção e reparação do pequeno barco até ao barco de 100 pés. Com a criação da Porti Nauta transferimos para aí algumas das representadas nomeadamente a Cranchi e os fabricantes de motores.
A ProRent é uma empresa com mais de 10 de existência e que foi criada para desenvolver a atividade de passeios de moto 4. Face à evolução do mercado interno e externo, decidimos há três anos, englobar na empresa o aluguer de embarcações. Este setor tem funcionado muito bem e foi uma forma de colocar na água algumas das nossas retomas. Foi curioso notar que o aluguer de barcos tem potenciado vendas dado que as pessoas ao experimentarem ficam entusiasmadas com a experiência.

NP – Pelo que nos está a dizer, as pessoas encontram no Grupo a resposta para qualquer necessidade?
AB – Sem dúvida. Desde a pequena moto até ao grande iate passando pelos acessórios e o aluguer de embarcações.

NP – Como está a evoluir o negócio no Algarve?
AB – Nós conseguimos recuperar bem destes últimos anos de crise. Desde 2013 que notamos uma pequena retoma. 2014 foi um bom ano e, 2015 segue no mesmo sentido.
Graças a uma série de vendas que efetuámos para o estrangeiro, o ano de 2015 poderá ultrapassar o nosso melhor ano de sempre que foi 2007!
As melhorias que notamos são sentidas em todas as áreas de negócios.

Zona de estaleiro e assistência.

Zona de estaleiro e assistência.

NP – O perfil de cliente mudou com a crise? Temos a noção que grande parte dos vossos clientes são estrangeiros…
AB – Nós temos mais clientes portugueses e de todo o território. Temos alguns clientes estrangeiros com que trabalhamos essencialmente ao nível da assistência pois, já possuem embarcações. Os estrangeiros para comprarem barcos não escolhem Portugal porque a oferta de modelos é fraca.

NP – Quais foram as grandes alterações que notaram no comportamento dos clientes?
AB – Nestes últimos anos tudo mudou! Antigamente as compras eram feitas por impulso…um barco de 100 mil euros podia ser comprado de um dia para o outro. Hoje já não é assim, as pessoas pensam bastante antes de decidir, fazem muitas consultas, fazem contas ao que custa manter um barco. O cliente está muito mais bem informado e, por isso, mais exigente.

NP – Nos negócios de venda, as retomas são um problema ou uma mais valia?
AB – São as duas em simultâneo. Temos que ter capital para investir mas, por outro lado, é nos usados que, por vezes, fazemos os melhores negócios! Temos que conhecer bem o mercado para efetuar uma retoma que não se venha a revelar desastrosa. Por outro lado, ao possuirmos serviços de manutenção e reparação, conseguimos trabalhar a retoma de forma a que o potencial cliente para ela fique satisfeito.

Cranchi Eco Trawler 43

Cranchi Eco Trawler 43

NP – Em relação às marcas que o Grupo representa quais foram as estratégias seguidas para ultrapassar a crise?
AB – Nós sempre apostámos ser multimarcas e, essa estratégia, tem sido a nossa grande vantagem. Pensamos que só desta forma podemos oferecer ao cliente o modelo de barco que ele quer e não o modelo de barco que uma determinada marca tem para vender. Ao sermos exclusivos ficamos condicionados na nossa oferta!
As marcas adaptaram-se à nossa estratégia e à nossa situação e não ficaram a perder com essa posição.

NP – Um tema recorrente em Portugal é o da existência ou não de salões náuticos. Qual a sua opinião?
AB – Penso que são úteis para o cliente pois, desta forma, podem ter uma visão mais alargada da oferta.

NP – Falemos agora da atual legislação. Ela é constrangedora para o negócio?
AB – É um dos fatores mais negativos que temos! Por exemplo, os registos são muito complicados e demorados o que já me fez perder negócios. O cliente não compreende que após uma semana da compra ainda não possa usufruir da compra… As cartas também são um fator negativo apesar de eu achar que as pessoas devem ter alguma formação para conduzir certo tipo de embarcações. Os impostos são muito elevados, a burocracia é enorme e certas exigências, por parte das capitanias, são incompreensíveis. Na empresa temos que alocar pessoas só para tratar de processos burocráticos e o cliente espera imenso tempo para ter o seu barco.

NP – Vamos falar do futuro. Sabemos que vão mudar de instalações, porquê?
AB – A empresa já existe há 25 anos e temos vindo a crescer consistentemente. Em 2006, quando inaugurámos as instalações onde nos encontramos pareciam que eram grande demais! Mas a nossa ambição é de crescer sempre mais e, com o início da comercialização de barcos de maior porte confrontámo-nos com algumas dificuldades logística. Pensamos que os barcos têm de ser vendidos junto à água pois é mais funcional e acarreta menos custos operacionais. Começámos com uma instalação na Docapesca para apoio aos serviços e à venda de acessórios mas, tínhamos um projeto mais ambicioso de construção de novas instalações com a capacidade de albergar todos os nossos serviços e produtos. A obra começou em 2014 e, até ao final do ano, pensamos mudar definitivamente para as novas instalações.

Grupo Angel Pilot
http://www.angelpilot.com/
– 14 funcionários permanentes
– Marcas de barcos: Capelli, Cranchi, SunChaser Pontoon Boats
– Marcas de motores: Yamaha, Honda, Mercruiser
– Motos de água: Sea Doo, Kawasaki, Yamaha

Texto e fotografia: Vasco de Melo Gonçalves

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