Grupo Siroco: A força de uma estratégia

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Copyright © Texto: Lobo do Mar / Diana Mendes.

O grupo Siroco começou a fazer nome em Portugal há 14 anos atrás como empresa de brokerage, algo inédito no mercado português dessa altura. Hoje, tem três áreas distintas cuidadas por um grupo de 30 pessoas. Aos usados, juntaram-se produtos da Plastimo e os catamarãs da Lagoon.

Mais recentemente juntou-se a marca Bénéteau, mas só a área de barcos a motor acima dos nove metros. A esta novidade vão juntar-se outras, mas os proprietários dizem que não será para já.
O negócio de Salete Novaes e José Augusto Oliveira começou pelos barcos usados (Siroco Yacht Brokers) em 1994, numa altura em que este segmento não era claramente uma aposta de nenhuma empresa. Hoje, o negócio passa também pelo segmento de barcos novos, a que se juntaram este ano os Bénéteau a motor (motores interior). A Nauticampo foi um ponto de partida para reforçar a nova marca da empresa Seaway. “Estamos a começar com publicidade, newsletters e feiras. Há muito espaço para vender neste segmento”, sublinha Salete. Os responsáveis garantem que se vão focar durante algum tempo nestas marcas e nas restantes empresas, mas é possível que, num futuro próximo, “se junte uma marca de semi-rígidos à empresa”, admite.
A Seaway, nome adaptado da empresa de brokerage que está no Brasil, foi a última a juntar-se ao grupo e está muito focada na marca de catamarãs Lagoon. Desde que teve início, há dois anos, já vendeu 13 catamarãs no País. A oportunidade surgiu no salão de Paris, “devido à imagem que já temos no mercado. Mas os responsáveis não esperavam tamanha adesão aos modelos, visto que não havia cultura de catamarãs em Portugal. “As pessoas começaram a perceber o seu conforto e qualidade, bem como os recursos que possuem”, diz Salete Novaes. Em dois anos, receberam dois prémios a nível internacional pela forma como trabalharam a marca de catamarãs mais conhecida do mundo. Um deles foi o prémio de melhor assistência técnica.

Usados deram prestígio ao grupo
O grupo Siroco começou em 1994 de forma pouco usual, ou seja, com a empresa de brokerage.“Fomos pioneiros. Éramos os únicos a fazê-lo de forma realmente estruturada e hoje temos um negócio de grande importância”, diz Salete Novaes. Nesta fase, as pessoas sentiam-se inibidas a comprar. Os responsáveis recordaram que não havia infra-estruturas para os barcos em Portugal e informação da parte dos clientes, lacunas que estão hoje bastante mais preenchidas. A forma como o grupo abordou esta área também ajudou e é hoje uma imagem de marca: “Em todas as marcas falávamos aos clientes sobre as vantagens e desvantagens do barco e relação qualidade/preço. Dizíamos como era um barco exactamente”, acrescenta José Augusto Oliveira.
As vendas destinavam-se sobretudo a Portugal, mas até isso veio mudar. O negócio reparte-se quase equitativamente por Portugal e outros países. “No último ano vendemos 32 barcos para fora, através de anúncios e parcerias com brokers estrangeiros, refere o proprietário. Islândia, Suécia, Dinamarca, França Alemanha ou Bélgica são alguns destinos de vendas para a Siroco, graças à notoriedade que ganhou nos últimos anos, mas também aos preços que pratica, cada vez mais competitivos. Entre lanchas e barcos a motor acima de dez metros, as vendas são mais ou menos semelhantes. E os clientes podem anunciar na plataforma da Siroco gratuitamente.

Milhares de artigos ditam liderança da Plastimo
A segunda empresa do grupo, a Plastimo, entrou em Portugal também há 14 anos, mas o grupo só começaria a distribui-la dois anos depois. “A marca não tinha ainda muito prestígio e era vendida directamente ao público. Assumimos a responsabilidade de alterar a imagem, tornar a empresa mais competitiva e começámos a distribuir por profissionais (60%)”. Hoje, tudo passa por aqui: estaleiros, fabricantes de barcos, estaleiros de manutenção, entre outros. Do catálogo constam mais de 30 mil artigos nas áreas electrónica, decoração ou electricidade. “Tudo o que é preciso para um barco está no catálogo”, assegura Salete Novaes. Esta variedade e a qualidade no atendimento deram a liderança deste mercado à marca, com cerca de 70% da quota, estimam os responsáveis. “Temos crescido sempre, entre 10 a 12% ao ano. E vamos continuar a investir, aumentando a equipa. Pode-se criar qualidade mesmo sendo um mercado pequeno, sobretudo com uma equipa muito motivada de 12 pessoas”.

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