II Festa dos Pescadores das Pesqueiras do Rio Minho

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No próximo sábado, dia 13 de maio, Melgaço volta a promover a Festa dos Pescadores das Pesqueiras do Rio Minho. A iniciativa, com início previsto para as 10h30, junto ao acesso ao rio Minho, na freguesia de Alvaredo (coordenadas: 42.101261, -8.313881), marca o encerramento da época piscatória nos dois lados da fronteira deste rio (no troço compreendido entre a linha que passa pelas torres do Castelo da Lapela, em Monção – Portugal, e pela igreja do Porto, em Espanha, e o limite superior da linha fronteiriça).

O evento, que se assume como um momento de convívio entre os pescadores das pesqueiras do Rio Minho, bem como das diversas instituições/ entidades com as quais mantêm relações, tem como propósito chamar a atenção para a importância da atividade piscatória nas pesqueiras do rio Minho, nomeadamente ao nível dos aspetos económicos, ecológicos, sociais, patrimoniais e culturais.

A festa oferecerá aos participantes uma experiência associada à gastronomia, com produtos endógenos da região, onde se destacam a lampreia e o sável pescados e confecionados pelos pescadores, e à descoberta das suas origens: os visitantes terão a oportunidade de conhecer in loco as pesqueiras e a arte ancestral de pesca que aqui se faz. Caso as condições climáticas atmosféricas sejam adversas, o evento decorrerá nas instalações da A Associação “A Batela” (Alvaredo).

O rio Minho marca a identidade das gentes de Melgaço e a ele estão ligadas as principais atividades que foram, durante anos, as suas fontes de sobrevivência e desde cedo se assumiu como uma das principais fontes de rendimento. Naquela época, o rio era um meio de subsistência por ser rico em espécies que ainda hoje fazem as delícias gastronómicas da região, como o salmão, o sável, a savelha e, sobretudo, a lampreia, e que são hoje produtos de promoção turística. Atendendo à enorme variedade piscícola que o rio oferecia, a população foi utilizando os seus recursos e a sua própria topografia para construir armadilhas de pesca em pedra ao longo das suas margens – as pesqueiras do rio Minho.

Programa
10h30 – Concentração dos pescadores e entidades convidadas no acesso ao Rio Minho (coordenadas: 42.101261, -8.313881)
10h30 – Receção de boas-vindas
» Presidente da Câmara Municipal de Melgaço, Manoel Batista Calçada Pombal
» Presidente da Junta de Freguesia de Alvaredo, Diogo Castro

» Presidente da PESQUEIRAS, Associação dos Pescadores do Rio Minho, Venâncio Fernandes
11h00 – Caminhada pelas pesqueiras e explicação da arte da pesca
12h30 – Almoço convívio com música tradicional

As Pesqueiras do Rio Minho integram hoje o inventário nacional do património imaterial
A origem da construção das pesqueiras do rio Minho perde-se na História: as primeiras referências documentadas são do séc. XI. Já eram utilizadas pelos romanos para a pesca daquela que é considerada uma das maiores iguarias do rio Minho: a lampreia. Testemunham saberes ancestrais na escolha dos melhores sítios para a sua implementação, na sua orientação em relação às correntes do rio, no processo de trabalhar a pedra e erguer os muros, na escolha das redes mais adequadas e, ainda, no sistema de partilha comunitária do seu uso.
O rio internacional concentra, nas duas margens e apenas no troço de 37 quilómetros, entre Monção e Melgaço, cerca de 900 pesqueiras (das quais cerca de 350 estão ativas), “engenhosas armadilhas” da lampreia, do sável, da truta, do salmão ou da savelha.

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