Lisboa Boat Show 2010 – Um ano de viragem

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A maior feira de barcos e do desporto naútico

Após a autonomização do Lisboa Boat Show – Salão Náutico de Portugal anunciada na sua edição de 2010, o salão abrirá as portas no próximo dia 3 de Fevereiro com mais de 200 expositores e mais de uma centena de barcos de sonho.
O Lisboa Boat Show – membro da IFBSO (International Federation of Boat Show Organizers), entidade que agrupa todos os salões náuticos do mundo e que tem como missão promover o “Barco” como estilo de vida – vai apresentar as últimas novidades em barcos à vela, yachts, embarcações a motor, motores, electrónica, equipamentos e outros produtos ligados à náutica de recreio e prática de desportos náuticos.
A decorrer em simultâneo, o Sport Show – Feira Activa do Desporto concentra ainda mais 160 expositores de cerca de 15 actividades desportivas, como o skate, patins em linha, escalada, rappel, ténis, bike, provas todo-o-terreno, judo, esgrima, taekwondo, entre outras, onde mais de 500 atletas/participantes, entre eles vários campeões do Mundo e atletas olímpicos, vão contribuir com um conjunto de actividades paralelas durante os cinco dias de feira.
A proximidade do Tejo permite ao Lisboa Boat Show expandir as suas fronteiras naturais e acolher eventos como a Regata Bénéteau, campeonato de Pesca Desportiva, Jet Ski e Motonáutica.
A Bass Eurocup é a primeira actividade a estar em evidência no Lisboa Boat Show e Sport Show, uma vez que os primeiros treinos estão agendados para o dia 2 do próximo mês na Barragem do Alto do Mar, Alcácer do Sal. Frente-a-frente, nesta popular modalidade de pesca do Achigã, vão estar os Estados Unidos da América e a Europa.
Em terra, as actividades continuam com a modalidade de esgrima, onde se realizará a Taça do Mundo de Lisboa – Grande Prémio do Centenário da República. Em relação ao Judo, está prevista a realização do torneio nacional FPJ e ainda os Campeonatos de Portugal de Taekwondo.
Após uma associação de vários anos à Nauticampo, este novo formato de feira pretende abarcar outras modalidades e promover a prática do desporto em Portugal, dando destaque a modalidades menos massificadas, numa grande festa do desporto para celebrar a vida activa.

A Náutica Press foi falar com a Dra. Fátima Vila Maior, responsável por estes dois novos certames, no sentido de saber quais as principais linhas estratégicas que estão por detrás do Lisboa Boat Show.

“…a Nauticampo continua a ser uma marca nossa…”

Náutica Press (NP) – Como surgem estes dois novos eventos?
Fátima Vila Maior (FVM) – A Nauticampo, uma das feiras mais emblemáticas e uma das mais antigas da FIL, tinha um posicionamento de festa e de maior mostra de barcos mas, sofreu alguns reveses devido à contracção económica destes últimos anos. A A.I.P. decidiu descontinuar a Nauticampo continuando a ser uma marca nossa.
Este ano decidimos fazer duas feiras com conceitos diferentes e com enfoques também eles diferentes. O Lisboa Boat Show é uma feira náutica com maior visibilidade e com mais comunicação. O Sport Show é uma feira activa de desportos.
Nós assistimos ao longo de vários anos de Nauticampo, que diversos sectores, nomeadamente de desportos mais radicais, investiam forte na feira e atraíam muitas pessoas através das suas acções. Por um lado tínhamos os barcos para ver e, por outro, as pessoas entretinham-se com as actividades existentes e participavam em algumas.
Este conceito de participação foi alterado devido à actual conjuntura económica e à falta de patrocínios para apoio às actividades. A festa da Nauticampo e dos expositores sofreu alguns reveses…
A FIL achou que, nesta altura de crise, devia chamar a si as animações e o que vamos fazer é um pavilhão com a designação de Sport Show, onde o público pode vir ver, participar, experimentar as animações. Usufruir o espaço…
Queremos tornar estas duas iniciativas muito vivas onde o público para além de ver pode também participar.

NP – A ideia é de que estes dois certames, de início, caminhem juntos e num futuro se tornem independentes?
F.V.M. – Não sei se podem caminhar juntas e daqui a 2 a 3 anos serem “umbrellas” da Nauticampo, novamente.
Nós, neste momento, temos dois problemas nestes salões. Temos o problema da conjuntura do mercado que influencia a capacidade de investimento das empresas e temos a necessidade que o público tenha a possibilidade de ter coisas mais apelativas do que tinha há 10 anos atrás. A Nauticampo era um acontecimento e, na altura, não havia mais nada na cidade de Lisboa. Mas a realidade de hoje é bem diferente pois existem alternativas. Estes salões têm que se direccionar mais e ter um posicionamento enquanto grande público.

“…As feiras estão a perder o impacto…”

NP – Como analisa o actual panorama das feiras?
F.V.M. – As feiras estão a perder o impacto que tinham enquanto mostra primeira dos grandes produtos porque existe uma maior mobilidade dos visitantes que mais facilmente se deslocam ao estrangeiro. Os organizadores têm de oferecer outra mais valia para que os visitantes venham e se mantenham na feira. Digamos que o grande desafio, nesta altura, está muito mais do lado dos organizadores do que na parte das empresas.

NP – As próprias empresas e construtores também já alteraram a sua forma de comunicação usando as novas tecnologias como é o caso da Internet. Existe um maior contacto com o cliente final…
F.V.M. – De qualquer forma, o ver um barco à nossa frente não tem nada a ver com o ver um barco num site. Nós este ano, damos a possibilidade às empresas de colocarem no nosso site as imagens dos barcos que vão apresentar na feira. Penso que as pessoas, antes de virem à feira, querem preparar a sua visita e conhecerem os barcos que poderão ver. Não concordo que as feiras sejam substituídas pela Internet. As feiras têm de trabalhar em conjunto com os meios electrónicos para proporcionar mais informação aos visitantes.

NP – A ideia deste novo figurino nasceu através da FIL. Que influência teve o sector económico da Náutica?
F.V.M. – Os organizadores nunca têm ideias! O mérito ou desmérito dos organizadores é saberem ouvir o mercado e posicionarem os produtos.

“…as feiras têm de ser feitas para o sector…”

NP – O que lhe pergunto é se a comissão de expositores que surgiu no ano passado teve a ver com este novo figurino?
F.V.M. – Claro que teve. Basicamente as feiras têm de ser feitas para o sector e os organizadores têm de ouvir os seus clientes. Nós ouvimos várias empresas e, obviamente, este novo figurino é fruto de um trabalho da FIL com as empresas expositoras. A proximidade dos organizadores com os seus clientes é fundamental visto o mercado não estar bom. Nas alturas de crise há mais união.

NP – Qual foi a adesão do sector ao Lisboa Boat Show?
F.V.M. – Temos mais marcas do que no ano passado! Houve um fenómeno curioso e, só demonstra, que as empresas apesar de não terem grande capacidade de investimento querem estar presentes. Na área da vela temos todas as empresas, mesmo que sem barcos expostos. Grande parte das marcas que estão presentes não têm qualquer apoio dos fabricantes, é um grande esforço dos importadores…
A FIL desceu o preço do metro quadrado no sentido de apoiar o sector. Estamos contentes com a adesão e, em termos de projecto ou produto, não é um produto rentável em termos financeiro. Mas é um produto que continuamos a acarinhar porque percebemos que o sector continua connosco.
Em estilo de balanço, o visitante vai encontrar uma feira mais rica em actividades na qual poderá participar e, um panorama do que existe de oferta náutica em Portugal.

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A redacção da Náutica Press prepara artigos e notícias do seu interesse, mantendo-o ao corrente do que se passa no universo da náutica de recreio e da náutica em geral, em Portugal e no Mundo.

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