Luta cerrada no Oceano Índico

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A equipa espanhola do MAPFRE quebrou o enguiço da 3ª etapa, após 10 dias no mar, passou para a frente do Dongfeng Race Team, agora que faltam “apenas” 1.500 milhas náuticas para Melbourne.

Xabi Fernández e a sua tripulação, inverteram os papeis com o Dongfeng um pouco antes das 2200 GMT, de terça-feira, após o navegador Juan Vila optar por navegar praticamente em cima da Zona de Exclusão de Gelo Antártico (AIEZ).
O Dongfeng de Charles Caudrelier ainda recuperou brevemente o primeiro lugar, quando optaram por um rumo 35 milhas ao norte da AIEZ, mas um angulo melhor na brisa oeste-sul-oeste resultou em velocidades mais rápidas para os espanhóis.
O MAPFRE passou mais uma vez para a frente depois das 0100 UTC, e, desde então conseguiu uma vantagem de 10 milhas em relação ao Dongfeng.
Embora a etapa esteja longe de terminar, é um momento significativo para as duas equipas, ambas apresentadas como favoritas e que terminaram primeiro e segundo, respectivamente, na etapa de Lisboa para Cape Town.
Claro que é bom estar na liderança, mas sabemos que eles vão pressionar muito”, disse Fernández. “Os próximos bordos serão oportunidades para eles, como o último foi para nós. Sabemos que eles são rápidos e precisamos ter muito cuidado.
Stu Bannatyne, do Dongfeng, disse que a equipa estava preparada para lutar pelo primeiro lugar até à linha de chegada – mas admitiu que não há espaço para o erro.
Para cruzar a linha em primeiro, vamos ter de estar a navegar de uma forma 100% eficaz”, disse ele. “Mas sabemos, que estamos há 10 dias a competir e todos estão cansados, e vais ser difícil estar a 100 por cento“.

©Sam Greenfield/Volvo Ocean Race

©Sam Greenfield/Volvo Ocean Race

Apesar de perder algumas milhas para o Vestas 11th Hour Racing, em terceiro lugar, houve boas notícias para o quarto classificado, o Brunel de Bouwe Bekking.
A Annie Lush, que no passado fim de semana foi varrida por um onda, quando estava no deck com o Peter Burling ao leme, levantou-se do seu beliche pela primeira vez desde que se magoou nas costas,
Finalmente 72 horas depois saí do meu beliche“, disse Lush. “Posso mover-me, e isto é fantástico“.
Depois de escolher rotas diferentes nos últimos dias, hoje todos os sete barcos estão praticamente alinhados ao longo do paralelo 45, com mais de 450 milhas a separar o MAPFRE em primeiro lugar, do AkzoNobel em sétimo.
Se tudo correr como o previsto, os líderes podem passar o Natal em terra firme – as previsões iniciais estimavam a chegada a Melbourne no dia de Natal.
A previsão não é tão boa para a segunda metade da frota – Team Sun Hung Kai / Scallywag, Turn the Tide on Plastic e Akzonobel – que ainda estão a tentar ficar à frente de um sistema de alta pressão, o que poderia frustrar qualquer esperança de chegar para o Natal, caso não consigam.
Às 1300 GMT, as velocidades a bordo dos três últimos caíram entre 10 e 14 nós e o vento era de apenas sete nós – um sinal ameaçador.
Temos uma alta pressão a perseguir-nos, é uma barreira que devemos deixar a norte“, disse Dee Caffari, skipper do sexto classificado o Turn the Tide on Plastic. “Toda a pressão é para sul, onde não estamos autorizados a ir. Como resultado, corremos o risco de ser engolidos e chegarmos muito mais tarde a Melbourne, do que aqueles que estão à frente. Caramba!
O maior impacto será sobre o AkzoNobel, que poderá cruzar a linha de chegada três dias depois dos primeiros.
Uma chegada tão atrasada, aumentará a pressão sobre os tripulantes do Simeon Tienpont para preparar o barco a tempo do início da 4ª etapa, que parte para Hong Kong no dia 2 de janeiro.
Melbourne é um pitstop (em termos de trabalho no barco), as regras dizem que não podemos substituir peças sobresselentes ou ter mais de dois tripulantes a trabalhar no barco“, disse Nicolai Schested, do AkzoNobel. “Temos uma equipa diversificada com muitas competências, tenho a certeza de que podemos ter o barco pronto muito rapidamente, assim que chegarmos a Melbourne“.

©James Blake/Volvo Ocean Race

©James Blake/Volvo Ocean Race

3ª etapa – Classificação geral – Quarta-feira 20 de dezembro (Dia 11) – 13:00 UTC
1 – MAPFRE – distância até ao final – 1.679,2 milhas náuticas
2 – Donfeng Race Team + 10,9 milhas náuticas
3 – Vestas 11th Hour Racing +108.6
4 – Team Brunel +139.0
5 – Sun Hung Kai / Scallywag +304.4
6 – Turn the Tide on Plastic +400.2
7 – AkzoNobel +469.1

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