Mapeando a grande barreira de coral

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Copyright ESA
Os cientistas usaram observações de satélite para criar um conjunto de imagens de alta-resolução, em 3D, de toda a Grande Barreira de Coral – um passo essencial em direção à identificação, gestão, mapeamento e proteção do que está por baixo das águas.

Ao largo da costa leste da Austrália, a Grande Barreira de Coral é o maior sistema de corais do mundo, cobrindo mais de 344 mil quilómetros quadrados. A diversidade da vida no recife enfrenta inúmeras ameaças, tais como as alterações climáticas, a poluição, a pesca e o crescimento descontrolado de estrelas-do-mar coroa de espinhos.

Wreck Reef /Copyright EOMAP

Se por um lado, os corais têm um importante valor ecológico, têm sido difíceis de mapear a partir de embarcações ou naves, devido à sua baixa profundidade e à distância a que estão.
A companhia alemã de deteção remota aquática EOMAP tem usado satélites para ultrapassar estes obstáculos. O resultado é o maior projeto do género, alguma vez feito na Austrália: um mapa de alta resolução em 3D de todo o sistema de corais.
Para fazer o mapa, a empresa combinou imagens de satélites óticos com informação sobre as marés e dados já existentes de topografia dos solos. Os satélites óticos de alta resolução são mais apropriados às águas claras, em profundidades de 20 metros e em condições meteorológicas calmas.
O mapa irá ajudar a criar uma imagem da Grande Barreira de Coral. Isto inclui a qualidade da água, a avaliação das respostas às alterações naturais e provocadas pelo homem, e ajudar a prever os impactos mais prováveis das alterações climáticas, tais como a subida do nível do mar e o aumento da frequência
O mapa também irá ajudar a definir áreas prioritárias para a recolha de mais informação detalhada. Com estas vastas melhorias ao nível da modelação das correntes oceânicas, os cientistas poderão prever os percursos das larvas das estrelas-do-mar coroa de espinhos e em que local do recife se irão instalar.

Corals / Copyright T. Hudson/Wikipedia

O desenvolvimento da EOMAP foi apoiado pelo Centro de Incubação de Empresas da ESA, na Bavária, um dos nove centros montados pela Agência para apoiar start-ups no desenvolvimento de novos negócios na Europa, baseados em tecnologia espacial e serviços de satélites.
O serviço de satélites da companhia para mapear a topografia global do fundo marinho também venceu o Desafio T-Systems Cloud Computing, na competição deste ano Copernicus Masters. A competição procura soluções inovadoras para as empresas e a sociedade baseadas em dados de observação da Terra, estimulando ao mesmo tempo o desenvolvimento criativo de produtos e o empreendedorismo na Europa.
Todas as áreas mapeadas, com uma resolução de 30 m, estão disponíveis para a compra através do website da companhia. Também está disponível de forma gratuita uma versão menos refinada, com uma resolução de 500m, juntamente com uma amostra dos produtos de alta-resolução.
A EOMAP já demonstrou a viabilidade da próxima geração de produtos: um mapa com 2 m de resolução do recife com recurso ao satélite DigitalGlobe’s Worldview-2, e ainda com dados dos satélites que estão para vir, os Sentinel-2, para gerar mapas da topografia global do fundo marítimo. Fonte: ESA

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