Missão subaquática à Lua

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Testes debaixo de água com Jean-François Clervoy / Copyright Alexis Rosenfeld

O astronauta da ESA Jean-François Clervoy e o instrutor de astronautas da ESA Hervé Stevenin vestiram o papel de Neil Armstrong Buzz Aldrin no início de Setembro para uma simulação subaquática da histórica missão à Lua.

O treino de astronautas debaixo de água é uma forma eficaz de simular ambientes de ausência de peso, por longos períodos.
Na semana passada o conceito de treino debaixo foi alargado pelos especialistas franceses em mergulho de profundidade da Comex, simulando a gravidade da Lua. Isto pode ser conseguido pelo ajuste da flutuabilidade do astronauta – a nossa Lua tem um sexto da gravidade que sentimos na Terra.
A missão Apollo 11 Under The Sea reproduziu os esforços de Armstrong e Aldrin ao chegarem à Lua, há 44 anos – mas debaixo de água.

Recolha de amostras subaquáticas / Copyright Alexis Rosenfeld

O fato Gandolfi / Copyright ESA-H. Stevenin

Os testes iniciais foram feitos na piscina da Comex, em Marselha, França, antes das duas simulações de passeio lunar no Mar Mediterrâneo, ao largo de Marselha, a 4 de setembro.
Jean-François e Hervé usaram um fato de treino Gandolfi desenhado pela Comex, baseado no fato espacial russo Orlan.
Durante a missão, foram recolhidas pelos aquanautas várias amostras de solo, com ferramentas semelhantes às usadas na Lua pela tripulação da Apollo 11.
Jean-Francois é um astronauta experiente que voou em três missões espaciais, no Space Shuttle, incluindo uma viagem à estação espacial russa Mir e a reparação do telescópio Hubble.
Hervé, responsável pelo treino de passeios espaciais no Centro Europeu de Astronautas na Alemanha, é um instrutor experiente dos astronautas da ESA e foi treinado pela NASA, em Houston, bem como pelo Centro de Treino de Cosmonautas Gagarin, na Rússia, no fato de astronautas Orlan.

Amostras do núcleo / Copyright Alexis Rosenfeld

Minibex / Copyright ESA-H. Stevenin

A experiência dos astronautas foi importante para os engenheiros, os operadores, os coordenadores do teste e os mergulhadores de apoio durante o programa de simulação.
«O fato Gandolfi é volumoso, limita a liberdade de movimentos e exige algum esforço físico – tal como os verdadeiros fatos de astronauta. Senti-me mesmo como s estivesse a trabalhar e a andar na Lua,» disse Jean-François.
Hervé acrescentou, «este fato poderia ser adaptado para melhorar o treino no Centro Europeu de Astronautas da ESA. As instalações de treino subaquático da Comex são um ambiente extraordinário para simular a Lua ou até mesmo Marte. Senti-me realmente fora deste mundo – só a cor da água me lembrou que eu estava na Terra.»
Este teste subaquático foi um primeiro passo para o desenvolvimento de uma especialidade europeia em simulação de passeios espaciais para exploração da Lua, asteroides e Marte.
Entre os observadores esteve Didier Schmitt, um perito científico da Comissão Europeia, que assistiu a partir do centro de controle de missão no centro de investigação do Comex, numa barcaça de investigação a flutuar acima da água, o Minibex.
O projeto cofinanciado pela União Europeia Moonwalk irá dar continuidade aos projetos de simulação de missões à superfície planetária.
Fonte: ESA

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