Nautiser Centro Náutico – A força de acreditar!

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Eugénio Martins

A empresa de Palmela é uma referência no setor da Náutica de Recreio nacional e representa, em Portugal, as marcas de barcos a motor Jeanneau e Cobalt.

Texto e fotografia: Vasco de Melo Gonçalves

Num período em que a Náutica de Recreio vive, um pouco à imagem do país, uma situação difícil, é importante ouvir as empresas / marcas de referência no sentido de tentar perceber para onde e como navegamos.
Eugénio Martins, gerente da Nautiser / Centro Náutico, recebeu a revista Náutica Press nas instalações de Palmela.

Náutica Press (NP) – Começávamos a nossa conversa pedindo-lhe para fazer um balanço sobre a época de 2012?
Eugénio Martins (EM) – Ao contrário do que eu pensava, 2012 foi um ano positivo mas ligeiramente abaixo dos valores de 2011.
No que diz respeito a uma análise marca a marca, na Cobalt foi o primeiro ano em que fiquei com três unidades em casa. Isto deve-se, em certa medida, ao facto de eu ter encomendado mais unidades à fábrica. Contudo a relação que o cliente mantém com a marca é boa e resulta da qualidade e fiabilidade da mesma. Continua a ser uma marca credível e que as pessoas ambicionam ter!
A Jeanneau baixou as vendas devido às características dos modelos que produz e do tipo de cliente que a procura. A baixa também se deve a opções minhas pois deixei de vender 6 unidades pelo facto de o cliente Jeanneau obrigar, quase sempre, a uma retoma de embarcação. Nestes casos o cliente acreditava que o seu barco valia 3 a 4 vezes mais do que ele realmente vale! A marca francesa não tem grandes margens de comercialização e, como tal, não posso valorizar demasiado a retoma o que resultou em não ter feito seis negócios.
Continuo a apostar na marca devido à sua qualidade e diversidade de gamas e modelos que oferece. A Jeanneau continua a fazer um esforço relevante no sentido de todos os anos apresentar novos modelos com especial enfoque nas motorizações fora de borda. Esta tendência deve-se à perceção do cliente de que com uma embarcação com motorização fora de borda baixa os custos de manutenção.
Por fim outra “representada” que não sendo uma marca própria é muito importante para a empresa, os usados. Vendi quase o dobro de unidades de 2011, o que permitiu escoar muitas das retomas que tive. Os usados são uma das mais-valias desta empresa devido ao conhecimento que temos deste segmento de negócio e à rotatividade de embarcações que ele proporciona.
Constatei ainda que o cliente adotou uma nova estratégia de aquisição deixando de comprar novo para comprar usado com a garantia da nossa empresa. Nós temos é que comprar senão estrangulamos toda a economia!

NP – A assistência e o parqueamento de embarcações ainda são importantes para a empresa?
EM – São duas atividades que sempre foram importantes e continuam a ser. Este ano crescemos nestas duas áreas de negócio fruto, em certa medida, das dificuldades e da falta de confiança dos clientes em algumas empresas do setor. Nós temos conduzido o negócio de uma forma tranquila e isso transmite confiança ao cliente.

NP – Qual é a perceção que as marcas que a Nautiser / Centro Náutico representa têm do mercado internacional?
EM – Pessoalmente acredito na Náutica de Recreio em Portugal e apesar de ser um país pequeno é mais rápido a responder às modificações e iniciativas das empresas. A minha visão fruto, em certa medida, das participações nos meetings internacionais das marcas é que a situação não vai melhorar em 2013 e existe a possibilidade de piorar ainda mais! Contudo não deixam de apresentar novos modelos e de incentivarem os seus distribuidores, que estão a fazer grandes esforços para se adaptarem a esta nova realidade.
Nós estamos a fazer o nosso trabalho e temos expandido a nossa influência a outros mercados nomeadamente a Angola. A forma de abordagem tem sido cautelosa devido ao facto de gerir a empresa sozinho e por isso, não ter muito tempo para dedicar a novos mercados. Não quero arriscar uma saída aventureira e descurar o mercado nacional. Não deixo de estar atento e tenho feito alguns negócios na base de contactos de amigos e clientes que sabem da forma de estar da empresa no mercado e que acabam por nos recomendar.

NP – Como pensa que será 2013?
EM – Não tenho cartas para fazer futurologia! Eu não quero deixar de acreditar que as pessoas vão continuar a gostar de ter e usufruir de barcos. A possibilidade de o mercado baixar mais é grande mas eu quero conquistar mais segmento de mercado.
Ao longo dos anos eu tenho “semeado” em área diferentes através de iniciativas entre marcas – Cobalt / Porsche, Cobalt / BPI Private – em áreas que não são náuticas mas que têm potencial. Estou agora a colher frutos de parcerias que fiz há 4 anos! Vou manter a mesma estratégia.
Eu tenho que acreditar, tenho que ser positivo e conquistar mercado!

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A redacção da Náutica Press prepara artigos e notícias do seu interesse, mantendo-o ao corrente do que se passa no universo da náutica de recreio e da náutica em geral, em Portugal e no Mundo.

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