Portugal e Espanha- Países onde melhor se conhece a diversidade de Lesmas-do-Mar

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 Acaba de se ser publicado pelo “Boletim do Instituto Espanhol de Oceanografia” o catálogo dos moluscos opistobrânquios de Portugal e Espanha, incluindo as ilhas dos Açores, Madeira, Selvagens, Canárias e Baleares, fazendo desta região do globo a mais bem conhecida em termos da diversidade de espécies destes animais.Os moluscos opistobrânquios são comummente conhecidos por Lesmas-do-Mar, parentes sem concha dos burriés e das lapas. Muitos deles apresentam cores muito chamativas que fazem com que nenhum  mergulhador amador lhes fique indiferente. No entanto, estas cores são um sinal de aviso que indica que não são comestíveis: algumas espécies desenvolveram moléculas tóxicas que utilizam em sua defesa. Estas autênticas “armas químicas” estão já a ser estudadas como potenciais fármacos na luta contra doenças como o cancro.
Ao longo de 132 páginas, os oito autores passam em revista todas as referências conhecidas das 523 espécies encontradas para as águas Ibéricas. O Doutor Ángel Valdés, investigador do Museu de História Natural de Los Angeles diz no prefácio deste catálogo: “…actualmente, existem mais investigadores de opistobrânquios activos em Espanha e Portugal do que no resto dos outros países todos em conjunto…”. A “Escola Ibérica”, como é chamada no meio, é assim a que mais frutos tem dado, não só em número de investigadores, como em número de artigos publicados e espécies novas descritas para a ciência.
O catálogo apresenta ainda 32 fotografias a cores das espécies mais raras, muitas delas com uma imagem publicada pela primeira vez, o que faz dele uma obra fundamental para profissionais e amadores que queiram conhecer melhor a nossa fauna.
 Coordenado pelo Prof. Juan Lucas Cervera da Universidade de Cádis, o trabalho é também assinado por três investigadores portugueses do Instituto Português de Malacologia (IPM), Gonçalo Calado, Manuel Malaquias e César Gavaia, o último dos quais tragicamente falecido em 2003 quando realizava uma saída de campo integrada num projecto de investigação.
O IPM é uma associação científica sem fins lucrativos que se dedica ao estudo e conservação dos moluscos em Portugal. Tem a sua sede no Zoomarine, em Albufeira, desde 2001 e leva a cabo vários projectos que visam o conhecimento da diversidade destes animais em Portugal.

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