QUANTUM SAIL GROUP – Fernando Sallent em Portugal

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O espanhol Fernando Sallent é um especialista da Quantum Sail Group na área de desenvolvimento de produto. No início de Fevereiro, deslocou-se a Portugal a convite da empresa Francisco Ramada para efectuar uma palestra sobre as novas tecnologias e novos materiais no processo de fabrico de velas. Aproveitando a sua estada em Portugal, Fernando Sallent participou na Bénéteau CUP a bordo de um First 45.

Fernando Sallent é uma pessoa muito simples e de fácil contacto e, na nossa conversa, quisemos saber qual o posicionamento da velaria no contesto do mercado internacional. Para o Fernando, “…Estamos numa posição muito elevada, em primeiro ou segundo. O nosso mercado desenvolve-se na vela ligeira, na vela de cruzeiro e no cruzeiro / regata. Temos três vitórias consecutivas na Copa Del Rei, na vela ligeira já ganhámos diversas medalhas olímpicas (470, Tornado, Star) para além de alguns mundiais. A Quantum é muito forte em todos os mercados da náutica.” Quanto aos principais mercados eles encontram-se no hemisfério norte, “…Os Estados Unidos são um mercado muito importante. Espanha é um mercado natural, França e Portugal também são bons mercados.”
Quisemos saber quais as novas tendências na concepção de velas para cruzeiro e para a vela ligeira. “…No cruzeiro estamos a fazer investigação com novos materiais, com novos plásticos e com novos sistemas de fabricação que têm as propriedades de proteger as fibras dos raios UV. Nestes processos contamos com a colaboração da Universidade de Barcelona no desenvolvimento de novos materiais. Um exemplo desta parceria é o da Barcelona World Race onde pretendemos fornecer velas com maior durabilidade e resistência.
Na vela ligeira estamos sempre em investigação mas, algo condicionados pelos regulamentos das Classes pois só permitem a utilização de Dracon, deixando de fora materiais novos e mais sofisticados. Em contrapartida estamos a desenvolver novas formas para as velas e estamos a preparar as próximas olimpíadas. Na vela ligeira, as regatas vão ser disputadas com condições de mar e de vento muito distintas, numa primeira fase em mar aberto e as Regatas das Medalhas no interior do porto. Neste momento estamos a desenvolver novas velas para os Optimist, Snipe e 420.”
O desenvolvimento de uma vela pressupõe um trabalho conjunto com o velejador e, na Quantum essa relação é profunda. “…É necessário haver uma confiança mútua para poder subir de nível. Se não há confiança dificilmente conseguiremos desenvolver um bom produto…”. Perguntámos a Fernando Sallent como é o processo criativo da concepção de uma vela. É o mercado que pede ou é a própria velaria que analisa o mercado e avança com uma proposta. A resposta não é linear e depende de diversos factores, “…temos projectos de Volta ao Mundo que são especiais e muito importantes para a Quantum e queremos estar presentes. Mas também analisamos as classes mais populares e com muitos praticantes logo, com mais possibilidades de vender velas. O nosso interesse é desenvolver trabalho para qualquer barco que navegue à vela!..”
No final da nossa conversa abordámos o tema dos TP52 e da presença da Quantum Racing e qual a relação com a velaria. Para Fernando Sallent, “…são dois projectos distintos que têm em comum o proprietário. A Quantum Racing é um investimento elevado e que tem obtido bons resultados desportivos com a conquista de um primeiro e o segundo lugar em dois campeonatos. Penso que é um projecto que trás sempre retorno ao investimento e que beneficia a velaria.”

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