Regata / Volvo Ocean Race: Protestos e alteração de liderança, Competição renhida

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Copyright © Texto: Lobo do Mar Fotos: Rick Tomlinson/Volvo Ocean Race; Rick Deppe/PUMA Ocean Racing/Vol; Gabriele Olivo/Equipo Telefonica; Dave Kneale/Volvo Ocean Race.

Ericsson 4

O Ericsson 4 comandado por Torben Grael ficou fora do pódio pela primeira vez, após vencer a etapa de abertura, entre Alicante e a Cidade do Cabo e a segunda etapa, da Cidade do Cabo a Cochin, na Índia.
A terceira etapa mostrou que outros concorrentes que até aí pareciam adormecidos, despertaram, colocando em questão a liderança quase incontestável da equipa internacional do Ericsson 4. O Telefónica Blue que tinha vindo a somar alguns azares, provou que estava a altura da aposta feita na equipa e no barco, vencendo a terceira etapa, seguido pela equipa da Puma que tem sabido colocar uma pressão constante no grupo da frente.
Não obstante, o Ericsson 4 permanece em primeiro lugar na classificação geral da regata e o seu irmão o Ericson 3 ocupa o quarto lugar, apenas 4 pontos atrás do terceiro classificado, o americano Puma.
Esta etapa foi dura devido ás condições muito dispares durante o percurso, com ventos fortes e correntes contrárias, alternando com momentos de pouquíssimo vento. Os quatro primeiros classificados estiveram muitas vezes a poucas dezenas de metros uns dos outros, mas as decisões tácticas por parte da Telefónica Bleu e da Puma mostraram ser as mais correctas.
Entretanto esta etapa fica marcada por uma serie de protestos que tinham como alvo o barco da Ericsson 4.
Ainda durante os treinos este barco foi alvo de reparações devido a uma colisão que fez com que a proa tivesse de ser reparada. O Grupo que gere as regras da regata (Rule Management Group – RMG) para os Volvo Open 70, alegou que o Ericsson 4 havia violado as regras da classe ao substituir o crash box – sessão da proa do barco desenhada para quebrar em caso de colisão – em Agosto do ano passado, no fim da fase de preparação da equipa nas Ilhas Canárias. O RMG apresentou o protesto alegando que o Ericsson 4 deveria ter informado o grupo do novo crash box, supostamente quebrando a regra 3.1 dos Volvo Open 70, e obter a confirmação do RMG de que o novo crash box era exactamente igual ao antigo. Após um longo processo de averiguação, a 8 de Janeiro o Júri Internacional da Volvo Ocean Race acabou por revogar o protesto apresentado contra o Ericsson 4, pela suposta violação das regras da organização da competição. Fica a pergunta sobre quais seriam as verdadeiras intenções de tal protesto e o seu timing.


Puma

Apesar do desgaste que esta situação criou, nas regatas costeiras a equipa liderada por Torben Grael mostrou e provou mais uma vez que sabe o que está a fazer e que é uma das melhores, ao vencer esta regata, somando mais 4 pontos na classificação geral.
Esta regata costeira antecedeu a partida para a quarta etapa da Volvo Ocean Race um percurso de 2.500 milhas náuticas entre Singapura e Qingdao (China) com a duração prevista de cerca de duas semanas.
Esta etapa prometia desafiar tanto os barcos quanto os tripulantes. Esperava-se que a frota de Volvo’s Open 70 veleja-se contra-vento durante a maior parte do trajecto até Qingdao, sede da competição de Vela dos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, estando previstos ventos entre 15 e 25 nós, e correntes em algumas partes do percurso com ondas de até 6 metros. Mas as condições foram bastante piores, sobretudo no fim-de-semana de 24 e 25 de Janeiro, com as condições a deteriorarem-se bastante e a obrigar as equipas a proteger ao máximo os barcos.
Esta quarta etapa da Volvo Ocean Race deverá durar entre 12 e 14 dias, dependendo das condições ao longo do percurso e das concessões que as tripulações precisarão fazer para manter os barcos inteiros.
O primeiro grande obstáculo surgiu nos dois ou três primeiros dias, quando os comandantes e navegadores tiveram de escolher entre passar a oeste ou a leste dos Dangerous Grounds, uma área de recifes a oeste da ilha de Palauán, Filipinas. A distância é mais curta a oeste, mas as condições a leste podiam causar menos danos aos barcos.


Telefónica Blue

Entretanto cinco dias após a largada os barcos preparavam-se para enfrentar condições cada vez mais difíceis no Mar da China Meridional. “As coisas estão a começar a ficar muito complicadas”, diz o neozelandês Dave Endean, trimer de velas da do Ericsson 4. “Temos entre 23 e 25 nós de velocidade e rizamos as velas. O barco está a começar a bater mais forte porque há uma corrente contra o vento, criando ondas de cerca de dois metros”.
No dia 23 de Janeiro a frota estava a aproximadamente 1.200 milhas náuticas do porto de Qingdao, destino da quarta etapa e os barcos aproximavam-se do Estreito de Luzon, que separa Taiwan e as Filipinas.
O líder da classificação geral, o Ericsson 4 estava nesse dia em penúltimo lugar, ao ficar numa posição desfavorável em relação ao vento. Em determinado momento, a tripulação Internacional de Torben Grael praticamente velejava para trás, enquanto via alguns de seus rivais a menos de duas milhas de distância seguirem em frente.
Em situações como esta a estratégia do táctico de serviço pode fazer a diferença entre avançar ou recuar. Neste caso quem optou pela rota potencialmente mais perigosa ganhou grande vantagem em relação ás restantes equipas.

Resultado da regata In-Port em Singapura:
1. Ericsson 4, 4 pontos
2. Puma, 3,5 pontos
3. Telefónica Azul, 3 pontos
4. Telefónica Preto, 2,5 pontos
5. Green Dragon, 2 pontos
6. Ericsson 3, 1,5 pontos
7. Delta Lloyd. 1 ponto

Classificação– Quarta etapa da Volvo Ocean Race
Em 26 de Janeiro, ás 13.50 h
1. Telefônica Blue
2. Ericsson 3
3. Ericsson 4
4. Puma
5. Delta Lloyd
6. Green Dragon
7. Team Rússia
8. Telefónica Black

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