Uma história celeste de vida para além da morte

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Ilustração artística de um cometa a ser desfeito em torno da estrela G29-38

Com o auxílio do telescópio espacial Spitzer, foi possível observar o que se pensa ser poeira de cometas em torno da anã branca G29-38, que morreu há aproximadamente 500 milhões de anos.
Esta descoberta sugere que esta estrela, que provavelmente terá consumido os seus planetas interiores, tem ainda em sua órbita um anel de cometas e possivelmente planetas exteriores. Esta é a primeira evidência observacional de que os cometas podem sobreviver às suas estrelas.Há décadas que os astrónomos sabem que as estrelas nascem, atravessam um período longo de “meia idade” e no fim deste desvanecem ou explodem. Os cientistas estão a usar o Spitzer como uma ajuda preciosa para a compreensão de como os sistemas planetários evoluem em conjunto com as suas estrelas anfitriãs.
Os astrónomos acreditam que as anãs brancas são os esqueletos “encolhidos” de estrelas que foram outrora semelhantes ao Sol. À medida que as estrelas foram envelhecendo, após milhares de milhões de anos, tornaram-se mais brilhantes e eventualmente aumentaram de tamanho, tornando-se gigantes vermelhas. Após milhões de anos, as camadas da atmosfera exterior das gigantes vermelhas foram-se dispersando para o espaço, deixando para trás uma anã branca.
Se algum planeta orbitasse este tipo de sistema, a gigante vermelha teria “engolido” pelos menos os planetas interiores. Apenas os planetas exteriores distantes juntamente com uma “comunidade” gelada de cometas poderiam ter sobrevivido.
Provavelmente, as poeiras observadas pelo Spitzer em torno da G29-38 foram criadas recentemente aquando de uma possível entrada de um destes cometas na região interior do sistema. As forças de maré da anã branca terão desfeito o cometa e transformando este objecto em poeira.

Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa
Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa

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