YachtWorks – 11 anos a apostar no serviço e com sucesso!

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Lourenço Saldanha da Gama e Luis Xavier
A empresa YachtWorks comemora os seus 11 anos de atividade em 2014 e tem a sua base operacional na Marina de Cascais. Lourenço Saldanha da Gama e Luis Xavier são os responsáveis pela empresa, especializada em motores marítimos, que apostou no serviço pós-venda.
Esta dupla é ambiciosa e está otimista em relação ao futuro da Náutica de Recreio pois acreditam que Portugal, com estas características morfológicas e climatéricas, só pode ter sucesso.

Texto e fotografia: Lobo do Mar

Náutica Press (NP) – Que balanço fazem destes 11 anos de atividade?
YachtWorks (YW) – Fazemos um balanço muito positivo. A empresa, desde o seu nascimento até hoje, tem desenvolvido a sua atividade (80%) na prestação de serviços. Toda a equipa está vocacionada para o pós-venda e, é curioso, as vendas surgem na sequência do serviço e acompanhamento que proporcionamos aos nossos clientes. Estes valorizam mais a qualidade do serviço do que o desconto e, por isso, tem sido relativamente fácil fidelizar o cliente.
Esta situação de fidelização desenvolvida ao longo de 11 anos para além de gratificante tem-nos permitido efetuar uma melhor programação de trabalho ao nível de obras.

NP – Hoje em dia qual é a grande diferença que sentem em relação ao início?
YW – Sentimos que o cliente faz o mínimo indispensável na sua embarcação. Face a esta nova realidade tivemos que ir à procura de novos mercados e temos vindo a apostar na prestação de serviços a empresas de Marítimo Turísticas, a embarcações de pesca desportiva (Cascais e Ericeira), a embarcações de Whale Watching e pesca desportiva nos Açores. São clientes exigentes ao nível do serviço prestado e que valorizam a capacidade de trabalho especializado.
Mais recentemente temos vindo a angariar trabalho junto das empresas internacionais de transportes de barcos. Já desenvolvemos diversos contactos com empresas francesas, inglesas e croatas no sentido de lhes proporcionar assistência técnica nos barcos que escalem Portugal.

NP – Como são feitos esses contactos?
YW – Normalmente através de visitas a feiras e salões náuticos e de contactos desenvolvidos por email onde apresentamos a empresa e os seus serviços. Complementarmente desenvolvemos muito trabalho de relações públicas, nos pontões da Marina de Cascais, junto dos barcos que a visitam.
Após conseguirmos conquistar a confiança dos skippers das principais empresas funciona o passa a palavra.
Verificamos que o que eles procuram é a flexibilidade e a capacidade de resolver um problema a qualquer dia da semana e, nós temos isso. Também valorizam a rapidez de resposta pois, uma embarcação parada num porto significa prejuízo!

NP – Qual é a vossa área de atividade com mais “peso” na empresa?
YW – Sem dúvida o serviço Yanmar. O negócio Yanmar (serviço e vendas) representa 70% da nossa faturação.
Vamos iniciar uma nova parceria com a marca de motores Yamaha com a qual pretendemos colmatar a quebra que temos tido com a MerCruiser. Hoje em dia, a oferta de barcos com painel de popa para motores fora de borda é maior. Os cliente têm vindo a procurar embarcações com motores fora de borda devido à qualidade da oferta existente e devido às manutenções serem relativamente mais baratas. A nosso ver esta é a tendência europeia.

NP – Qual é a vossa opinião sobre o mercado de embarcações novas?
YW – A leitura que fazemos do mercado de embarcações novas é que Portugal não tem expressão Ibérica nem europeia. Em Portugal ou se é importador de uma determinada marca e se desenvolve um trabalho com essa marca. Ser agente não faz sentido pois, a dimensão do mercado, é reduzida e o poder negocial é mínimo.
Sentimos também que, nas diversas áreas, a tendência generalizada dos importadores quererem fazer negócios diretamente, prejudicando a sua rede de agentes. Foi um fenómeno a que já assistimos, há alguns anos, no mercado automóvel e com maus resultados!

NP – Como veem a Náutica de Recreio atualmente?
YW – Somos uma empresa muito otimista. Achamos que há muito futuro para a Náutica de Recreio em Portugal mas, é preciso que haja vontade e que se criem condições para os operadores instalados poderem continuar a desenvolver os seus negócios e que os utilizadores possam usufruir dos produtos em condições.
Pensamos que não é com esta política de impostos e com a atual legislação que vamos conseguir! São fatores estranguladores do desenvolvimento.
Temos condições fantásticas que nos são relatadas por clientes estrangeiros mas, os mesmos, não percebem como não estamos mais desenvolvidos… e porque não existem mais barcos na água e mais empresas de aluguer.
Por outro lado, nós não temos noção de quantas empresas estão a operar, em Portugal, no setor da náutica de recreio. Notamos que muitos de nós conhecemo-nos, temos ideias convergentes mas quando chegamos à defesa dos nossos interesses comuns (APICAN), não conseguimos ter um feedback do que se está a passar ou a fazer! Falamos do problema das cartas há anos… o problema dos impostos, começou a ser falado em 2007 e, continuamos a ter uma carga brutal de impostos e as pessoas a registarem os seus barcos no estrangeiro. Isto tudo mina a relação das pessoas com a náutica.
Por outro lado temos pouca dinâmica na atividade náutica. A Nauticampo vai voltar em 2015 mas, durante 2 a 3 anos não tivemos um evento náutico nacional. Espanha reformulou a sua principal feira mas não deixou de a ter! Não é tão espetacular como há uns anos atrás mas não desapareceu. O recuperar a confiança das pessoas é muito importante.

NP – Têm conhecimento do que a ACAP/APICAN está a fazer?
YW – Muito pouco ou praticamente nada. A integração deu-se há cerca de um ano e tal e, até agora, quase nenhuma informação tem chegado às empresas náuticas. Sendo que nós podemos ser potenciais associados. Não temos feedback do trabalho que está a ser desenvolvido e, desta forma, não conseguimos avaliar se vale apena ser associado ou não.
Nós recebemos inúmeras newsletters de outras associações de que não somos associados a comunicar o que estão a fazer. A informação nem sempre interessa mas, não deixamos de estar informados. Pensamos que a ACAP/APICAN não está a comunicar bem independentemente do trabalho que eventualmente está a desenvolver em prol do setor.
A falta de informação sobre o mercado não nos permite avaliar a nossa performance como empresa nem perspetivar investimentos.
Falar do futuro da Náutica é fazer futurologia! Acreditamos que pelas condições naturais que temos ele será positivo mas, passa também pela ligação à Educação. O Mar e as atividades náuticas têm que estar presente nas escolas desde o início da escolaridade.

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A redacção da Náutica Press prepara artigos e notícias do seu interesse, mantendo-o ao corrente do que se passa no universo da náutica de recreio e da náutica em geral, em Portugal e no Mundo.

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