A fileira náutica no centro da economia do mar

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A Intercéltica continua a colocar a náutica na agenda, nacional e europeia, do mar, reforçando a importância deste setor para o desenvolvimento económico de Portugal. Participou ativamente na recente edição da Nauticampo, na FIL, em Lisboa, onde também teve lugar a apresentação das próximas edições dos Atlantic Games. Em Março próximo promoverá, no Porto, a última reunião plenária do NEA2, cujo êxito faz deste projeto uma referência para a Estratégia Marítima Atlântica.

Com organização conjunta do Gabinete do Secretário de Estado do Mar, AIP/FIL, Turismo de Portugal, do Fórum Empresarial da Economia do Mar e da Oceano XXI, a Nauticampo de 2012 aconteceu entre 8 e 12 de Fevereiro e reuniu os principais atores do setor, promovendo um espaço privilegiado de reflexão e de definição de linhas de ação.
A abertura deste evento contou com a presença especial do arquiteto Tony Castro, com mais de 30 anos de experiência na construção de iates, superiates e veleiros e com um currículo de mais de oito mil embarcações construídas.
A INTERCÉLTICA – Associação Cultural, Desportiva e Turística, cujos estudos sobre a náutica serviram de referência ao programa de conferências da Nauticampo, participou em vários dos seus painéis, através do seu vice-presidente Dr. João Zamith.
Uma das principais conclusões da reflexão do painel a “Cultura Náutica” foi que “a cultura marítima deve estar na base de uma projeção de Portugal para o mar, na qual a náutica poderá assumir um papel de destaque em termos de desenvolvimento económico do país”, refere o Dr. João Zamith.
Na reflexão sobre a temática “Surf – Desportos Náuticos de Deslize”, e que atraiu um grande número de representantes do cluster nacional do surf, como a Federação Portuguesa de Surf, a Associação Nacional de Surfistas e a Associação Portuguesa de Bodyboard, o surf foi considerado uma das modalidades náuticas melhor organizadas em Portugal e potenciadora da promoção do país como destino de surf. Para que Portugal venha a ser uma espécie de “Califórnia da Europa” é importante apostar numa promoção conjunta, que poderá ser facilitada pela criação de uma rede de municípios do surf.
Nesta reflexão participaram, além do vice-presidente da Intercéltica, Dr. Rui Azevedo, da Oceano XXI, Dr. António José Correia, Presidente da Câmara de Peniche, Dr. José Bizarro, Vereador da Câmara de Mafra, Eng.º Jorge Barroso, Presidente da Câmara da Nazaré, e Dr. João Ataíde, Presidente da Câmara da Figueira da Foz.


Atlantic Games são marca do Arco Atlântico
Também no Parque das Nações, a Intercéltica participou na apresentação dos Jogos Náuticos de 2012, que, entre outras novidades, alteram a sua denominação para Atlantic Games. Vão realizar-se, entre 16 e 20 de Julho, na Península de Quiberon, em França, e serão coordenados por Jean Yves Le Deroff, medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos de Seul na Classe Tornado.
Outras das novidades desta edição são a entrega dos primeiros títulos de “Campeão Atlântico” em cada disciplina e a atribuição do título “Jovem Esperança Atlântica”.
Os Atlantic Games são considerados um evento essencial para o desenvolvimento da náutica no Arco Atlântico pois são uma montra ativa das atividades náuticas clássicas e emergentes, bem como dos seus principais locais de prática. Permitem também o encontro anual dos stakeholders de referência da fileira náutica graças ao apoio dos projetos INTERREG – NEA e NEA2, e funcionam como rampa de lançamento de atletas para Campeonatos do Mundo e para os Jogos Olímpicos, pois reúnem cerca de 500 desportistas, de 16 regiões atlânticas, em representação de cinco países, que competem ao mais alto nível, em modalidades náuticas reconhecidas pelas Federações Internacionais. Os Atlantic Games 2013 terão como palco Viana do Castelo e serão um teste para o futuro Centro de Mar.

A náutica poderá afirmar Portugal no mar
A Intercéltica, recentemente, também reuniu com o Comandante João Fonseca Ribeiro, Director-Geral da Política Marítima, que considera a náutica, no seio das atividades marítimas, como o mais poderoso instrumento de comunicação, cultura e recuperação da identidade marítima de uma sociedade, agregando, em simultâneo, valor económico.
“Considerando a geografia marítima privilegiada do nosso país, uma dinâmica positiva e de afirmação internacional por parte deste agregado poderá contribuir para alavancar a economia do mar, desafiando-se a assumir metas tangíveis para os seus projetos de curto e médio prazo. Por outro lado, tais ganhos cumulativos, associados a ações de governação central e locais apropriadas, poderão, igualmente, contribuir para a massificação da náutica junto dos jovens, promovendo a massa crítica necessária para a afirmação de Portugal no mar”, explica.
Também entende que, no contexto europeu, a adoção da estratégia da UE para o Atlântico é uma oportunidade da maior importância para a internacionalização da náutica nacional, “podendo mesmo esta estratégia possibilitar à náutica europeia a sua internacionalização à escala global”.

Parceiros NEA2 reúnem-se no Porto
A última reunião plenária do NEA 2 “Nautisme Espace Atlantique”, projeto impulsionado por 24 parceiros europeus ao longo de três anos, vai realizar-se entre 25 e 27 de Março próximo, no Porto. Será organizada pela Intercéltica e pelo Conselho Regional da Bretanha, com o apoio da CCDR-N e da Autoridade de Gestão do Programa de Cooperação Transnacional do Espaço Atlântico.
Segundo François Arbellot, coordenador técnico do NEA2, nesta reunião pretende fazer-se um balanço do plano de ação do NEA2, composto por 100 iniciativas comuns ou locais. As ações realizadas permitiram testar um vasto número de projetos de desenvolvimento económico e de inovação, de proteção ambiental e de coesão social no Espaço Atlântico.
Também serão discutidas propostas que possam integrar o plano de ação da Estratégia Marítima Atlântica, que contemplará a náutica e a sua fileira económica, em resultado do êxito da Conferência Europeia de Brest e da qualidade das ações realizadas a partir de 2004 pelos parceiros NEA e, posteriormente, do NEA2.
“Estas propostas, que terão por objetivo contribuir para o crescimento do emprego nas nossas 33 regiões costeiras, serão transmitidas aos comités encarregues de estabelecer o plano de ação da Estratégia”, refere.

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