A pressão aumenta quando a tempestade se aproxima

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Uma divisão norte-sul de mais de 200 milhas abriu-se na frota da Volvo Ocean Race, à medida que as equipas preparam-se para enfrentar uma profunda depressão.

Diante da dura decisão de enfrentar a tempestade iminente, mergulhando para sul numa rota mais rápida, mas, mais arriscada, ou indo para norte e escapar ao pior tempo, cada uma das sete equipas já jogou as suas cartas.
Numa manobradiferente do resto da frota, a britânica Dee Caffari optou por levar sua jovem equipa Turn the Tide on Plastic mais para o norte, com a esperança de se poder esquivar dos piores ventos do sistema, fugindo também a um mar muito difícil.
Isto contrasta com as estratégias dos líderes da etapa o Dongfeng Race Team, MAPFRE, team Akzonobel, Team Brunel e Team Sun Hung Kai / Scallywag, que optaram pela opção do sul.

©Jeremie Lecaudey/Volvo Ocean Race

©Jeremie Lecaudey/Volvo Ocean Race

Caffari, uma das velejadoras mais experientes e respeitadas do mundo, é conhecida pelo seu conhecimento dos mares – e como a maioria de sua equipa nunca enfrentou os Mares do Sul, ela e o navegador Nico Lunven escolheram uma rota que lhes oferece mais opções, incluindo não precisar de acelerar tanto quanto os seus concorrentes no sul.
Mas como a tempestade tem mais de 400 milhas náuticas de largura, e move-se rapidamente para o leste, ser engolido é inevitável – e isto tem estado bem presente na mente de Caffari.
Eu não me senti bem nas últimas 24 horas, e pensei que podia ter sido algo que eu tivesse comido ou bebido,mas isso é altamente improvável“, escreveu num post do blog.
Para ser honesta, pode ser a responsabilidade a pesar em cima de mim, para tomar a decisão correta e levar o barco e equipa nas próximas 48 horas sem problemas. Está a dar-me nós no estômago, algo que nunca me tinha acontecido.
Enquanto isso, as equipas mais a sul estão a enfrentar outros desafios. Quando a frente os atingir vão apanhar ventos muito fortes, e ao contrário do Turn the Tide on Plastic que está a norte, eles vão ter menos opções para escapar.
Uma zona de exclusão virtual ao sul da frota foi implementada pelo Race Control, para manter a frota longe dos campos de gelo da Antártida, e os líderes provavelmente vão-se aproximar do limite do gelo enquanto saem da zona de exclusão.
Eu acho que não vamos competir nas próximas horas“, disse Charles Caudrelier, skipper do Dongfeng. “Queremos navegar rápido, mas a principal prioridade é não partir o barco ou a tripulação“.
O skipper do MAPFRE, Xabi Fernandez, a apenas oito milhas atrás de Dongfeng, acrescentou: “Será difícil e frio, mas vamos-nos divertir“.
Cerca de 75 milhas a norte do grupo principal, o Vestas 11th Hour Racing também se estão a preparar para o embate. Às 1300 UTC, a tripulação do Charlie Enright ,foi de longe a mais rápida na frota, alcançando 22,5 nós em comparação com os 16,3 de Dongfeng.
Parece que estamos a trabalhar em condições de uma de batalha, e vamos-nos preparar para a guerra“, disse o navegador Simon Fisher. A sua equipa pode ter escolhido a melhor opção, um meio termo ao norte da frota, mas ainda em contacto com os líderes e com mais opções.
As velocidades do vento são agora de até 25 nós e prevê-se que aumentem. As próximas 48 horas serão cruciais para o sucesso na 3a etapa.

3ª etapa – Classificação geral – Quarta-feira 13 de dezembro (Dia 4) – 13:00 UTC
Donfeng Race Team – distância até ao final – 4.737,2 milhas náuticas
MAPFRE +8,0 milhas náuticas
AkzoNobel +18,8
Vestas 11th Hour Racing +19.4
Brunel +26.0
Sun Hung Kai / Scallywag +40.3
Turn the Tide on Plastic +93.4

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