Capelli Tempest 690: Elegância e sofisticação – Um semi-rígido evoluído

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Copyright © Texto e Fotos: Lobo do Mar.

Uma das novidades para 2008 do construtor italiano Capelli é o modelo Tempest 690. Trata-se de uma embarcação semi-rígida com um visual mais refinado dentro do seu segmento de mercado. Este modelo encarna a renovação encetado pela Capelli (já bem visível no Tempest 770) no sentido de criar produtos diferenciados e com grande aceitação no mercado europeu. É notório a preocupação do construtor por apresentar um produto evoluído e capaz de competir em mercados fortes. Esta é uma tendência que tenho visto ser seguida pelos principais construtores mundiais e que assenta na sofisticação dos desenhos e materiais e, uma qualidade de acabamento superior. Há muito que a embarcação semi-rígida deixou de ser utilizada apenas pelas actividades subaquáticas onde, as necessidades são muito específicas e que não necessitam de design e decoração.


Uma das novidades neste modelo é o móvel multifunções, situado a sensivelmente a meio da embarcação, que é utilizado normalmente em embarcações de maior porte. Um outro aspecto interessante neste modelo é seu lay-out interior onde se denota a preocupação por uma circulação a bordo fácil e em segurança. Por bombordo pode-se ir da escada de banhos à proa sem ter realizar qualquer desvio.

Em relação à motorização, o Tempest 690 estava equipado com um dos motores mais evoluídos tecnicamente do fabricante japonês Honda, o BF 150. Esta unidade está equipada com VTEC, não poderia ser melhor. O VTEC é uma tecnologia exclusiva da Honda e significa Controlo Electrónico do Comando e Abertura Variável das Válvulas. O VTEC varia a elevação e a duração da abertura das válvulas da admissão para proporcionar performance óptima a baixa e alta rotação. O sistema VTEC utiliza uma árvore de cames com ressaltos de baixo perfil para funcionar a baixa rotação. Às 4 500 rpm, o VTEC engrena os ressaltos de alto perfil para o funcionamento a alta rotação. O resultado é um motor extremamente eficiente, com uma curva de binário mais larga e mais plana, para além de uma entrega de potência suave ao longo de toda a gama de funcionamento do motor.


A Navegar
Na óptica de compor um conjunto equilibrado ao nível do custo e das prestações, penso que a motorização ideal para o Tempest 690 é a de um motor fora de borda a 4 tempos com 150 Cv de potência com o qual realizámos o nosso contacto. Como alternativa poderá ser criado um pack com um motor de 115 Cv ou de 200 Cv. Com o 150 Cv podemos realizar uma velocidade de cruzeiro na ordem dos 24 nós a 4500 rpm o que torna a navegação muito agradável e sem sobressaltos. Se optamos por regimes mais elevados, o consumo de combustível “dispara” e aumentamos também o desconforto a bordo.
As características de navegação de uma embarcação semi-rígida são totalmente diferentes de outra embarcação, mesmo com tamanho idêntico e, isto, das suas características físicas e distribuição do peso. Por outro lado, a facilidade de manobra e visto ser uma embarcação extremamente prática dá uma falsa sensação de facilidade. Isto vai reflectir-se na forma de condução e governo, num semi-rígido a utilização do trim tem de ser mais cuidada pois, o barco é mais sensível quer quando navegamos contra a onda ou contra o vento. Quando experimentei este conjunto, tinha a bordo apenas três adultos e um certo vento de SW, a falta de peso, não permite que se tire o máximo do partido da embarcação no que diz respeito a velocidade de ponta. Mas mesmo a navegar a velocidades elevados, o conjunto demonstrou ser “seco” para os ocupantes, possuir uma boa direccionalidade e responde com prontidão às inúmeras solicitações de mudança de regime que imprimimos ao Honda BF 150 (este motor, equipado com o sistema VTEC, é uma referência no seu segmento).


No que diz respeito a conforto em navegação, o Tempest 690 proporciona elevados padrões quer quando estamos aos comandos como sentados à popa ou mesmo nos amplos flutuadores de 56 cm de diâmetro e fabricados em tecido neoprene / hypalon. Na posição de pilotagem e tendo em conta a configuração do banco (fixo e sem qualquer afinação) deu-me mais jeito pilotar de pé, ligeiramente encostado ao banco. Os pontos de apoio, na consola, proporcionam segurança ao piloto bem como ao acompanhante.


Interior
É no interior dos barcos que mais se faz sentir a evolução do construtor Capelli. Esta evolução tem duas componentes distintas, por um lado, o lay-out do convés é mais bem conseguido com uma distribuição dos volumes feita de uma forma racional e equilibrada. Por outro lado, a Capelli apresenta materiais de melhor qualidade e com uma preocupação estética. O Tempest 690 encarna bem esta situação pois, num primeiro olhar temos bem distinto três zonas de estar que não interferem umas com as outras. À proa, para além de uma zona de cofres para arrumos, temos um amplo solário a ocupar sensivelmente um terço do comprimento da embarcação. A consola central possui o desenho tradicional do construtor e que se caracteriza por ser envolvente, possuir um banco na parte dianteira e a estrutura em inox para apoio. Na popa temos a inovação que é a introdução de um móvel polivalente (suporte de garrafas, mesa e banco de pilotagem) que serve o banco junto ao painel de popa. O modelo que experimentei estava equipado com alguns extras como é o caso do bimini arco de luz.


Ficha técnica
Modelo Tempest 690
Origem Itália
Construtor Capelli
Comprimento 6,84 m
Comprimento interior 5,73 m
Boca 2,80 m
Largura interior 1,55 m
Ø do flutuador 0,56 m
Nº. de câmaras 6
Peso 950 kg
Potência máx. 200 Cv
Motorização Honda BF150
Comercialização Angel Pilot
Preço base 45 950 €

Ficha técnica do motor
Modelo BF150
Origem Japão
Fabricante Honda
Tipo 4 cilindros em linha, DOHC
Cilindrada (cm³) 2.354
Potência 150 Cv
Peso a seco 217 Kg


Medições
A planar em 3,20 s
Mínimo a planar às 2800 rpm e a 11,8 nós
3000 rpm / 13 nós
3500 rpm / 17,4 nós
4000 rpm / 21,3 nós
4500 rpm / 24,7 nós
5000 rpm / 27 nós
5500 rpm / 31,7 nós

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