Francisco Lobato dá o exemplo!

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Copyright © Fotos: Lobo do Mar e Bernardo Amaral.

Quando ouvimos este jovem velejador contar as suas aventuras no mar que começaram quando ainda era uma criança não podemos deixar de admirar a sua coragem e a sua persistência em continuar a superar-se a si mesmo num meio que tem tanto de amistoso como hostil. Com um curriculum impressionante teve a felicidade de em 2006 ter ficado no 1º lugar na primeira etapa Les Sables – Açores; 3º lugar na 2º etapa Açores – Les Sables o que lhe conferiu o 2º lugar da geral. Também no início de 2006 e após alguns esforços estreou o novo barco que baptizou de BPI seu principal patrocinador. Neste barco já percorreu mais de 6000 milhas e também será neste barco que em 2007 rumará ao Brasil. A partir de La Rochelle.


É neste momento o primeiro português na história a estar qualificado para a Transat 6,50m.
E o que é a Transat 6,50m? Esta regata constitui um desafio em todos os sentidos pela sua extensão, pela pequenez das embarcações 6,50 m e a total proibição de contacto com o mundo exterior. Os velejadores dependem dos seus conhecimentos de bem velejar. De dois em dois anos esta Regata faz a ligação entre La Rochelle (França) e Salvador da Baía (Brasil) via Funchal ou seja 4200 milhas marítimas em navegação solitária.
Esta prova criada em 1977, tem vindo a realizar-se de 2 em 2 anos sempre em anos ímpares e é a primeira vez que um velejador português está qualificado para esta prova. Muitos nomes sonantes da navegação em solitário já participaram nesta prova, designadamente Elen McArthur, Michel Desjoyeaux, Isabelle Autissier, Jean Luc Van de Heede….

Desde 2001 e por motivos de segurança que o número de inscrições passou a ser limitado a 72 embarcações e os critérios de selecção mais exigentes.
Para Francisco Lobato participar na Transat teve que efectuar 1000 milhas de navegação sem escalas a bordo do BPI Pogo 2, sendo-lhe exigidos conhecimentos de navegação pelos astros ou seja que saiba utilizar o sextante e fazer os respectivos cálculos de astronomia.
Foram igualmente obrigatórias mais de 1000 milhas em regata nas provas do circuito mini realizadas no Atlântico, canal da Mancha e Mediterrâneo, uma delas teve que ter pelo menos 500 milhas e teve que cumprir com êxitos estas provas. A preparação para esta prova implicou 2 a 3 anos com sacrifícios pessoais de assinalar, mas não deixa de ser um desafio extremamente ambicioso ainda para mais pelo facto de Francisco Lobato estar a estudar no 3º ano de Engenharia Naval do Instituto Superior Técnico


O Barco de Francisco Lobato – O BPI Pogo 2
Existem actualmente dois tipos de barcos na Transat – os de série e os protótipos. A principal diferença é que nos protótipos pode ser utilizado o carbono e quilha basculante e nos de série não. Todos os barcos têm que ter um máximo de 6,5m de comprimento por 3m de largura.
O Pogo 2 é um famoso Barco de série e a sua fama vem do facto de ter ganho todas as edições da prova na sua classe desde que foi desenhado. Construído em França e os materiais usados são a fibra de vidro /mousse PVC tem reservas de flutuabilidade sendo teoricamente insubmersível.
O interior espartano tem uma bilha de gás que permite ferver água para colocar nas comidas liofilizadas, um balde é a casa de banho, equipamentos de segurança e as velas servem de colchão. O controlo do peso é fundamental a água potável tem que ser racionada. Estes barcos são comparados a máquinas de lavar porque sendo tão pequenos, no meio do oceano as ondas passam sistematicamente por cima do convés

Francisco Lobato tem um curriculum de velejador verdadeiramente impressionante. Aos sete anos entrou na Escola de Vela da Associação Naval de Lisboa iniciando-se na classe Optimist e desde aí nunca mais parou. Inclusive em 2005 participou em várias regatas em solitário, fez cerca de 2000 milhas e venceu a etapa mais comprida da Vota a Portugal – Lisboa Algarve – contra embarcações com mais do dobro do tamanho e tripulações de 10 pessoas.


Marcelo Rebelo de Sousa, Francisco Lobato e Vice-Presidente do BPI

Francisco Lobato teve igualmente o mérito de captar a atenção do Professor Marcelo Rebelo de Sousa que perante o projecto e o desafio que é a Transat e perante o valor de Francisco Lobato fez questão de se associar e incentivar o velejador apadrinhando Francisco Lobato e desde já faz questão de estar presente na Largada dia 16 de Setembro de 2007 em La Rochelle e à chegada ao Brasil em S. Salvador da Baía.
De salientar que o BPI decidiu também apoiar em exclusivo o Projecto Transat 6.50m.

Acompanhe esta aventura visite www.franciscolobato.com

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