I Grand Prix Portugal-Portimão/ Multicup 60’ Ambassador Premium Coffee

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PEYRON, O PRÍNCIPE DA VELA FRANCESA


Peyron e Le Pentrec

Loick Peyron é considerado um “Príncipe” da vela francesa, no seu currículo constam regatas como a Transat a Vendée Globe entre outras competições mundiais.
Junta ao seu saber da arte de bem navegar uma grande simpatia e uma enorme facilidade de falar sobre a sua grande paixão – O Mar.
Com uma postura sempre informal apesar de sobre os seus ombros ter a grande responsabilidade de gerir os trimarans – Gitane 11 e 12 além de ser o homem do leme do 11, Peyron faz uma grande aposta na Multicup 60’ e acredita que ao longo dos próximos três anos a classe terá muitas velejadores de gabarito mundial.
Elogia toda a organização e acredita que as regatas de Portimão vão ser um sucesso. Está tão envolvido neste projecto que pôs o seu Gitana 11 nos três dias anteriores à competição de Portimão à disposição de Skippers portugueses e jornalistas.


Gitana

Declarações Loick Peyron – Gitane 11

…”Esta nova função é uma grande responsabilidade, afinal ainda estou a adaptar-me a toda a tripulação e em terra coordeno todo o projecto das duas embarcações Gitane. Não podia de qualquer forma recusar este convite do Barão de Rothchild uma vez que é um grande projecto que envolve uma empresa como o Coffee Embassador que tem implantação nos países de Leste bem como na Rússia e agora quer entrar em outros projectos.”
“Como sabem vim substituir um skipper que agora é o meu braço direito é o táctico. Tenho que ter muito cuidado com toda a postura, porque não quero pôr em causa nenhuma competência, é um grande desafio.”
“Quando o Barão vai a bordo é um tripulante normal, vai sempre no interior com o seu computador uma vez que é o navegador. Dá-nos as melhores posições em relação ao resto da frota mas as decisões finais são sempre de quem vai ao leme.”
“A última vez que fui skipper num multicasco foi em 2002, depois disso fiz muitas regatas mas em outro tipo de embarcações. Penso que é importante velejar em diferentes tipo de embarcações grandes e pequenas e participar em regatas com tripulações variadas, adquire-se muita experiência e temos sempre vontade de melhorar as nossas prestações, não quero ser um especialista prefiro ser um generalista capaz de pegar em qualquer leme.”
“Contrariamente ao que possamos pensar todos os velejadores conhecidos perdem mais regatas do que ganham e é assim que aprendemos. Velejamos em sítios em que não há fotografias nem jornalistas mas isso não significa que o campo de regata não seja bom e que as provas não sejam muito competitivas.”
“Acontece muitas vezes em regata fazermos opções erradas, não conseguimos apanhar os melhores ventos e tudo parece correr mal a bordo. Quando regressamos a terra fazemos sempre uma reunião para ponderar sobre tudo o que correu mal, todos dizemos o que pensamos e fazemos as nossas críticas de uma forma construtiva.”
“Afinal todos precisamos do vento que é o nosso motor e que transformamos em energia para que o barco progrida. A bordo todos os instrumentos e todas as decisões são importantes temos que estar sempre muito atentos.”
“Apesar de aparentemente as embarcações serem todas iguais, no fundo as pequenas afinações fazem a diferença, essa é a razão porque uns barcos andam mais que os outros apesar de ao leme terem óptimos skippers e a bordo as melhores tripulações. No caso do Gitane 11 treinamos todos apenas dois dias antes da prova o que é francamente pouco para uma prova destas. Depois de já ter feito travessias em solitário e várias regatas à volta do mundo este é um grande desafio, sinto alguma pressão mas uma enorme vontade de conseguir melhorar a prestação desta tripulação. “
“Tenho uma grande paixão pelo mar mas tenho alturas em que juro que nunca mais vou fazer nenhuma regata mas quando chego a terra e me fazem um desafio não consigo dizer que não, sinto uma enorme vontade de regressar ao oceano.”


Franck Cammas


Groupama

“Sou um optimista, nunca vejo o lado negro das coisas, faço uma selecção natural e só guardo na minha mente as coisas boas, as outras apago-as. Afinal nasci num barco, o meu pai era comandante dum petroleiro e quando tinha tempo livre íamos fazer sempre uma pequena viagem no seu barco à vela. Habituei-me rapidamente ao mar sem qualquer tipo de problemas.”
“Neste momento tenho um projecto com os meus dois irmãos o Bruno e o Stephano, ambos desportistas já com muitos títulos ganhos em várias áreas. Queremos fazer uma viagem no Pólo Sul e Norte, estamos a preparar tudo com muito cuidado para que não haja nenhum problema.”
“Além disso o Barão está já a construir o Gitana 13 uma embarcação preparada apenas para bater o recorde entre a Europa e S. Salvador nas Antilhas.”

“A vela tem que ser mundial e no caso dos multicascos só os franceses são suficientemente loucos para velejar neste tipo de embarcação, temos que abrir a classe a outros skippers. Essa é razão porque estamos a trabalhar neste novo formato para que haja outros países envolvidos.”

A duas etapas do final do circuito, o líder incontestável da prova é Franck Cammas, do Groupama. Cammas venceu as anteriores etapas e apresenta-se em Portimão como favorito.

Declarações de Franck Cammas – Groupama

…”Apesar de conhecer bem esta zona do sul de França, Marselha tem sempre ventos que saltam e que implicam muitas manobras. Gostamos especialmente de regatas em forma de banana que exigem muita técnica e muito treino de todos os elementos a bordo. Nem sempre conseguimos escolher os melhores bordos foi o caso da regata costeira em que o Géant rumou a terra e conseguiu ganhar um bom distanciamento do resto da frota”.


Géant

Declarações Géant – Michel Desjoyeaux/Géant

…”Fiquei muito satisfeito pelo Luis Serpa ter conseguido em poucas horas um velejador para a nossa embarcação. Preciso de um tripulante polivalente neste momento em que o barco vai de Marselha até Portimão apenas com quatro elementos, por isso o Francisco vai fazer de tudo um pouco a bordo. Depois em competição é necessário um bom proa, no fundo estas 1400 milhas vão servir para testar um pouco este novo velejador.”
“Nesta competição conseguimos vencer uma das regatas, a costeira o que deu grande ânimo a todo a tripulação. Escolhemos o bordo de terra onde conseguimos apanhar mais vento., no fundo todos sabemos que ganha a competição quem fizer menos erros e não o melhor velejador.”
“Todos fazemos fisicamente alguma preparação, como é óbvio os elementos que vão estar nos molinetes e que fazem grande esforço físico precisam de fazer muito ginásio, no meu caso e do navegador temos que utilizar mais o cérebro, ter grande concentração, por isso fazemos menos exercício físico e obrigatoriamente temos que descansar muito.”

Portimão recebe a Multicup 60’ de 13 a 16 de Julho.

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