Estação de Santa Maria: Junta-se à ESTRACK

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Copyright © Texto: Lobo do Mar. Fotos: ESA.

Área de cobertura da estação de Santa Maria

A estação de Santa Maria será uma das primeiras estações da rede de estações ESTRACK com a capacidade de fazer rastreio de lançadores. A estação pode ser usada para fazer o rastreio de trajectórias de lançamentos Ariane de meia-inclinação e será também capaz de fazer o rastreio de lançadores Vega e Soyuz, que serão lançados em breve a partir do Porto Espacial da ESA em Kourou, na Guiana Francesa, assim como de missões de observação da Terra já em curso, incluindo os satélites ERS-2 e ENVISAT da ESA e o satélite Radarsat do Canadá, entre outros.
“Adicionar a estação de Santa Maria à nossa rede fornece uma capacidade crítica para fazer o rastreio de lançamentos do ATV com o lançador Ariane, assim como de outros lançamentos a partir de Kourou, e abre também novas possibilidades para serviços baseados na recepção de dados de observação da Terra,” afirmou Gerhard Billig, o Service Manager da estação de Santa Maria, que trabalha no directorado de Operações da ESA.
A rede global de estações de rastreio da ESA, ESTRACK, cresceu em número de oito para nove estações com a inauguração formal de Santa Maria.


Estação de Santa Maria, infra-estruturas locais

Perfil da estação
A região de rastreio da estação de Santa Maria cobre uma grande porção do oceano Atlântico.
A estação encontra-se situada a cerca de 200 metros de elevação no topo do Monte das Flores. A ilha de Santa Maria situa-se no extremo sudeste do arquipélago dos Açores, que se situa a cerca de 1500 km de Lisboa.
A estação consiste numa antena com um reflector parabólico com 5.5 metros de diâmetro instalada numa plataforma de cimento; a estação inclui equipamento de telecomunicações, um sistema de fornecimento de energia eléctrica de emergência, protecção anti-raios e infra-estruturas de suporte.
Para efectuar o rastreio de lançadores Ariane 5, a estação irá receber sinais em banda S, a 2200-2300 MHz. A antena está também preparada para receber sinais na banda X, usados para receber dados dos satélites de observação da Terra, sendo apenas necessário instalar num futuro próximo algum equipamento suplementar.


O Ariane 5 com a trajectória de lançamento do ATV

Seguindo o Ariane
O primeiro lançamento que será seguido a partir de Santa Maria terá lugar no início de 2008, quando o primeiro ATV (Automated Transfer Vehicle), baptizado Jules Verne, destinado a reabastecer a Estação Espacial Internacional (ISS), for lançado a partir do porto espacial europeu na Guiana Francesa a bordo do lançador Ariane 5.
O voo do ATV a bordo do Ariane 5 durará cerca de 160 minutos, consistindo em cinco fases consecutivas:
– A primeira fase de propulsão, sobre o Atlântico Norte, de Kourou para os Açores
– A primeira fase balística, sobre a Europa, Ásia Central e Oriental, e depois a Indonésia
– A segunda fase de propulsão, sobre a Austrália e a nova Zelândia para conseguir atingir uma órbita circular antes da separação do ATV
– A segunda fase balística, que dura uma órbita completa em torno da Terra
– A terceira fase de propulsão, para o Norte da Austrália, para colocar fora de órbita o último estádio do lançador
Esta trajectória particular tornou necessário o estabelecimento de uma rede específica de estações de rastreio terrestres, permitindo deste modo a recepção de dados em tempo real durante todas as fases e os eventos críticos do voo. A estação de Santa Maria é a primeira estação da ESA que é capaz de seguir os lançadores durante todas as fases de propulsão.
Num futuro próximo, a estação de rastreio de Santa Maria será usada para receber telemetrias dos lançadores durante os lançamentos dos satélites de posicionamento global Galileo planeados com os lançadores Ariane ou Soyuz.

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